Forças opositoras do governo da Síria dizem ter chegado “nas entradas de Damasco”, um dia após lançarem uma ofensiva na região de Daraa, no sul do país.
Em comunicado, o grupo rebelde Exército Sírio Livre afirmou que os combatentes estão “nas portas” da capital síria.
Os rebeldes do sul da Síria iniciaram a ofensiva em Daraa na sexta-feira (6). Em pouco mais de um dia capturaram a zona rural da região e parecem estar a poucos quilômetros do centro da cidade.
Vídeos localizados pela CNN mostram rebeldes em locais dos subúrbios ao sul de Damasco neste sábado (7).
Em Moadamyeh, 10 quilômetros a sudoeste do centro da cidade, moradores locais foram vistos comemorando nas ruas depois da retirada das forças do regime do subúrbio, que fica perto de um aeroporto militar.
Os insurgentes também reivindicaram o controle de Darayya, a oeste de Moadamyeh.
Em Jaramana, a sudeste, os residentes derrubaram uma escultura do pai do presidente da Síria, Bashar al-Assad, o ex-presidente Hafez al-Assad.
Mais cedo, os rebeldes afirmaram que começaram a “fase final” do cerco à capital. O Exército da Síria negou ter se retirado de Damasco, acusando os rebeldes de espalharem o pânico.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.