Em TV estatal síria, âncora lê primeiro boletim de notícias dos rebeldes

CNN Brasil


Os rebeldes sírios transmitiram o primeiro boletim de notícias na televisão estatal síria neste domingo (8). Eles anunciaram que “ganharam a aposta e derrubaram o regime criminoso de Assad”.

“Para aqueles que apostaram em nós e para aqueles que não apostaram, para aqueles que pensaram um dia que estávamos quebrados, anunciamos a vocês do Canal de Notícias Sírio, a vitória da grande revolução síria após 13 anos de paciência e sacrifício. Nós ganhamos a aposta e derrubamos o regime criminoso de Assad. Aqui estamos agora com um resumo de notícias do prédio da Autoridade Geral de Rádio e Televisão na capital síria, Damasco, apresentado a vocês por mim, Youssef Al-Youssef”, disse o apresentador.

“O Departamento de Defesa dos EUA (Pentágono) disse que continuará a manter a presença de forças dos EUA no leste da Síria. Em um contexto relacionado, veículos de mídia dos EUA citaram um oficial do Pentágono dizendo que o regime de Assad não merece que ninguém derrame lágrimas por isso“, completa.

Assad, que havia reprimido todas as formas de dissidência, partiu de Damasco para um destino desconhecido no domingo, disseram dois oficiais do exército à Reuters, enquanto os rebeldes disseram que entraram na capital sem nenhum sinal de mobilização do exército.

Entenda o conflito na Síria

A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.

O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.

Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.

Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais – da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia – se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.

A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.

Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.

Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.



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