Abu Mohammed al-Golani é o líder do grupo rebelde sírio Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tomou a frente na mais recente ofensiva contra o governo da Síria, resultando na queda de Bashar al-Assad neste domingo (8).
A insurgência no país cresceu rapidamente desde os primeiros ataques no final de novembro, que evoluíram para a tomada de cidades estratégicas, até a deposição de al-Assad, que estava no poder desde o ano 2000.
Quem é al-Golani?
O início do líder foi como um jovem lutador da Al Qaeda contra os Estados Unidos no Iraque. Retornando à sua terra natal durante a guerra civil síria liderou a afiliada do grupo terrorista no país, sob o nome de Jabhat Al Nusra.
Os EUA classificaram Golani como um terrorista em 2013, dizendo que a Al Qaeda no Iraque pediu a ele que derrubasse o governo Assad e estabelecesse a lei islâmica sharia na Síria, e que a Nusra realizou ataques suicidas que mataram civis e defendiam uma visão violenta.
Como comandante do braço da Al Qaeda na guerra civil síria, Abu Mohammed al-Golani foi uma figura sombria e que não aparecia em público, mesmo quando seu grupo se transformou na mais poderosa facção que combatia o presidente Bashar al-Assad.
Ao romper laços com a Al Qaeda, em 2016, a organização evoluiu para Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), também conhecida como Organização para a Libertação do Levante, no início de 2017.
Apesar do esforço do líder rebelde para distanciar seu novo grupo do antigo, os Estados Unidos designaram o HTS como uma Organização Terrorista Estrangeira em 2018 e colocaram uma recompensa de US$ 10 milhões por ele.
Atualmente ele é o insurgente mais conhecido do país, tendo aparecido lentamente desde o rompimento com a Al Qaeda e a mudança de nome do grupo, tomando o poder no noroeste da Síria.
Oposição
A coligação rebelde da Síria consiste em grupos islâmicos e moderados que, apesar das diferenças, estão unidos na luta contra o regime do presidente Bashar al-Assad.
O Hayat Tahrir al-Sham (HTS) é um dos maiores e tem sido uma das principais forças de oposição, combatendo o governo desde sua formação.
Outro grupo é o Exército Nacional Sírio (SNA), que incorporou dezenas de grupos rebeldes com diversas ideologias que recebem financiamento e armas da Turquia.
Essa coligação inclui a Frente de Libertação Nacional, composta por grupos como Ahrar al-Sham, cujos objetivos declarados são “derrubar o regime (de Assad)” e “estabelecer um Estado islâmico governado pela lei Sharia”.
Alguns membros da coligação rebelde também lutam contra as forças curdas.