A Operação Torniquete realizada no Complexo da Maré resultou em ao menos dois mortos e três presos, na manhã desta segunda-feira (9).
O objetivo da ação é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), facção que também atua na comunidade. A Polícia Militar também participa da operação, que continua em andamento.
Os óbitos ocorreram durante confronto com os policiais. A polícia não revelou a identidade das vítimas.
Além das prisões, as equipes apreenderam três fuzis, uma pistola e uma granada, e dezenas de carros foram recuperados. Uma quantidade significativa de drogas também foi apreendida e ainda será pesada.
Veja abaixo um vídeo dos veículos recuperados.
Nas redes sociais, moradores relataram tiros na Maré nesta manhã. O Instituto Fogo Cruzado, que monitora ocorrências policiais no RJ, confirmou os disparos em Nova Holanda às 6h20 e na Vila do Pinheiro às 6h56.
Participam da operação desta segunda a Delegacia de Repressão ao Roubo de Furtos de Automóveis (DRFA), Delegacia de Repressão ao Roubo de Cargas (DRFC), a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil, entre outras equipes.
A Polícia Militar atua com agentes do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), do 22° Batalhão de Polícia Militar e do Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom).
Entenda a operação
O objetivo desta fase da operação é prender integrantes do Comando Vermelho, responsável pelo tráfico de drogas e roubo de veículos e cargas no Complexo da Maré.
A polícia aponta que traficantes líderes da facção, Rodrigo da Silva Caetano, vulgo “Motoboy” e Jorge Luís Moura Barbosa, vulgo “Alvarenga”, são responsáveis por arquitetar e gerenciar uma quadrilha de roubos de veículos e de cargas na região.
O esquema resultava no financiamento de uma “caixinha” do Comando Vermelho, que viabiliza a compra de armamento, munição e o pagamento de uma “mesada” aos parentes de presos faccionados, assim como das lideranças da facção.
Os membros da organização criminosa recebiam ordens da liderança da facção, principalmente de Edgar Alves Andrade, o Doca, para montar o apoio logístico e possibilitar os assaltos em diversos bairros do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana.
A investigação ainda apontou as seguintes atividades ilícitas que ocorrem dentro das comunidades relacionadas aos roubos de veículos e de cargas:
- Armazenamento, transbordo e revenda das cargas roubadas para receptadores
- Clonagem de veículos para posterior revenda ou troca por armas e drogas
- Desmanche de veículos para revenda de peças
- Uso dos veículos roubados pelas quadrilhas para deslocamento e cometimento de outros crimes
- Cativeiro de vítimas sequestradas para realização de transferências via PIX
No último dia 3 de dezembro, as polícias do RJ mobilizaram 900 agentes para a etapa anterior da Operação Torniquete, na qual cinco pessoas foram baleadas e 10 foram presos.