A queda de Bashar al-Assad na Síria mostra uma Rússia e um Irã enfraquecidos, disse a Casa Branca nesta segunda-feira (9), com ambos os países “não mais capazes de fornecer o apoio de que o regime precisava para sobreviver”.
“Os principais apoiadores de Assad, os russos e os iranianos, foram completamente pegos de surpresa por isso, mas isso não foi apenas um erro ou um acidente”, disse o vice-conselheiro de Segurança Nacional Jon Finer à CNN.
O regime de Assad, ele acrescentou, “efetivamente se tornou um consórcio russo-iraniana dentro da Síria, e ambos os parceiros não foram mais capazes de fornecer o apoio de que o regime precisava para sobreviver, e isso é uma grande parte do motivo pelo qual ele não está mais no poder”.
“Não é a primeira perda que o Irã sofreu ao longo do último ano no Oriente Médio”, disse Finer, apontando para o Hamas e o Hezbollah, que ele descreveu como “muito diminuídos”. Ele também afirmou que as tentativas do Irã de “atacar Israel com mísseis balísticos” falharam amplamente.
“Este não é um momento de força para o Irã, e quais são as implicações disso, deixarei que outros especulem, mas isso é, francamente, o resultado do trabalho dos Estados Unidos e de nossos parceiros ao longo do último ano, que nos trouxe a esse momento”, disse Finer.
Da parte da Rússia, Finer disse que a guerra na Ucrânia já havia “mostrado que tipo de parceiro de segurança a Rússia pode ser para outros países”.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco. O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia. O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
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