Quem é Luigi Mangione, suspeito de matar CEO de seguradora de saúde?


Luigi Mangione, de 26 anos, é o nome que domina manchetes e redes sociais nos Estados Unidos nos últimos dias. Apontado como o principal suspeito do assassinato de Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare, maior seguradora de planos de saúde privados do país, Luigi é descrito por muitos como um justiceiro e, por outros, como um terrorista.

Luigi Mangione (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

O crime ocorrido em 4 de dezembro trouxe à tona tanto os problemas do sistema de saúde americano quanto a história surpreendente de um jovem de origem privilegiada que se rebelou contra um modelo que, segundo ele, “deixa milhares morrerem”.

Quem é Luigi Mangione?

Nascido em 21 de julho de 1998, em Maryland, Luigi Mangione estudou em uma renomada escola chamda “Gilman School”, onde se destacou como aluno brilhante.

Luigi Mangione em época de estudante (Foto: Reprodução)
Luigi Mangione em época de estudante (Foto: Reprodução)

Mangione foi nomeado orador da turma ao se formar em 2016, título geralmente concedido ao estudante com o melhor desempenho da classe.

Um ex-colega de classe, Freddie Leatherbury, disse à uma agência de notícias norte-americana que Mangione vinha de uma família rica, mesmo para os padrões dessa escola privada.

Outro colega de classe descreveu-se como um amigo próximo de Mangione, dizendo que o suspeito “não tinha inimigos” e era “orador da turma por uma razão”.

Posteriormente, Luigi frequentou a prestigiada Universidade da Pensilvânia, onde obteve um bacharelado em ciência da computação e matemática e um mestrado em engenharia em 2020.

Luigi vem de uma família influente em Maryland, com negócios no setor imobiliário, de saúde e clubes de campo.

Ele é primo do delegado estadual Nino Mangione, figura política proeminente no estado. Contudo, apesar de seu histórico acadêmico e familiar, Luigi parecia insatisfeito com as estruturas de poder e decidiu adotar um caminho de confronto extremo.

Segundo fontes ouvidas por veículos da mídia americana, Mangione passou por uma cirurgia nas costas e sofria dores crônicas desde então.

Josiah Ryan, porta-voz de um imóvel no Havaí onde Mangione morou em 2022, disse que o suspeito sofria dores que “afetavam todas as partes de sua vida”.

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O crime e as evidências

Brian Thompson foi morto a tiros em frente a um hotel em Midtown Manhattan. No local do crime, três balas foram encontradas com as palavras “deny” (negar), “defend” (defender) e “depose” (destituir) gravadas, em uma aparente crítica às práticas das seguradoras de saúde conhecidas como os “três Ds”.

Essas táticas incluem atrasar ou negar pagamentos a pacientes e defender essas decisões judicialmente, práticas frequentemente apontadas como responsáveis por impedir o acesso a cuidados médicos vitais.

Mangione preso

Luigi foi preso cinco dias depois, reconhecido por um funcionário de uma rede de fast food. Em sua mochila, a polícia encontrou uma arma, identidades falsas e um manifesto manuscrito de três páginas.

O documento critica duramente o sistema de saúde dos EUA e indica que Luigi acreditava estar agindo em nome de uma causa maior.

Em um trecho, ele escreve: “Quando todas as outras formas de comunicação falham, a violência é necessária para sobreviver.”

Mangione passou seis meses sem se comunicar com amigos, o que deve ser o foco das investigações policiais sobre a ligação do jovem com o crime.

A apuração do jornal diz que Mangione deixou uma longo rastro online de postagens sobre autoaperfeiçoamento, alimentação saudável e tecnologia —e uma resenha do manifesto do Unabomber, terrorista americano.

A prisão de Luigi gerou uma onda de reações na internet. Sua conta no Twitter saltou para mais de 200 mil seguidores, e imagens dele na prisão viralizaram, gerando hashtags como #JusticeForLuigi (Justiça por Luigi).

Muitos o veem como um símbolo de resistência contra um sistema que prioriza lucros em detrimento de vidas humanas.

No entanto, outros condenam suas ações, classificando o assassinato como um ato de terrorismo.

O manifesto

No manifesto encontrado com Luigi, ele critica o sistema de saúde americano e justifica suas ações como um ato de guerra contra a injustiça.

“Você pode não gostar de seus métodos, mas para ver as coisas da minha perspectiva, isso não é terrorismo, é uma revolução”, escreveu ele.

Essas palavras inflamaram o debate sobre as práticas das seguradoras de saúde nos EUA. O modelo privado, que muitas vezes recusa tratamentos ou exige longos processos judiciais para aprovar pagamentos, é alvo de críticas há décadas.

O crime reacendeu discussões sobre a necessidade de uma reforma no sistema, com muitos enxergando Luigi como uma figura que expôs, de forma violenta, a realidade de milhões de americanos.

O futuro de Luigi

Luigi Mangione aguarda julgamento, enfrentando acusações graves de assassinato premeditado.

Enquanto isso, sua figura cresce como um símbolo: para alguns, ele é um herói que decidiu agir quando o sistema falhou; para outros, um criminoso que escolheu a violência em vez do diálogo.



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