Sírios desesperados estão recorrendo às redes sociais para pedir ajuda na busca por familiares desaparecidos, que acreditam estar em prisões secretas do regime de Bashar al-Assad. Os presídios eram conhecidos por praticarem tortura e assassinato.
Milhares de prisioneiros já foram libertados de prisões do regime notório depois que rebeldes derrubaram o governo de Assad, que fugiu para a Rússia. Mas para muitas famílias, a busca continua.
“Hassan Muhammad … Data da prisão 2018. Se você souber de alguma informação, pode se comunicar diretamente com a família por meio dos comentários”, dizia uma publicação em uma página do Facebook para buscar desaparecidos.
Um pôster em outra página procurava por uma médica, que, segundo relatos, não era vista desde sua prisão em 2013.
Pelo menos 200 mil sírios estão desaparecidos, de acordo com a Defesa Civil Síria, conhecida como Capacetes Brancos. A maioria foi sequestrada ou detida pelo regime de Assad ou seus afiliados. O grupo pediu a Moscou que pressione o presidente deposto a revelar os locais das prisões secretas.
Uma mulher síria que ainda procura seu marido detido afirmou que as forças do governo confirmaram a morte dele, mas o corpo nunca foi entregue a ela.
“Não havia palavras para descrever como eu estava me sentindo”, Umm Firas disse à CNN na terça-feira (10). “Eu estava me apegando à esperança de que ele seria libertado e que nossa família se reuniria”, acrescentou.
Enquanto isso, organizações humanitárias pediram aos sírios que não exumassem seus mortos.
“Os locais de sepultamento ou valas comuns devem ser protegidos e preservados para permitir a exumação organizada (o mais rápido possível)”, disse a Cruz Vermelha na terça-feira (10). “Isso também é crucial para identificar e averiguar o destino dos desaparecidos e fornecer as respostas tão esperadas às suas famílias.”