O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, orientou os militares a se prepararem para seguir no Monte Hérmon, território sírio que Israel capturou esta semana, de acordo com um porta-voz do Ministério da Defesa.
As tropas israelenses chegaram ao ponto estratégico após a queda de Bashar al-Assad. O governo de Israel declarou que essa é “uma medida de segurança temporária”.
Katz instruiu as Forças de Defesa de Israel (FDI) a se prepararem para o inverno na região. “Devido aos acontecimentos na Síria, é de extrema importância para a nossa segurança continuar controlando Monte Hérmon”, declarou.
“Devido às duras condições climáticas, é necessário criar instalações adequadas e preparativos especiais para a estadia dos soldados em Monte Hérmon”,adicionou o porta-voz das FDI.
Nesta sexta-feira (13), Katz postou no X uma foto dele e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nas Colinas de Golã, com a legenda: “Com vista para o pico sírio do Monte Hérmon, que retornou ao controle israelense após 51 anos”.
“Um momento histórico emocionante”, acrescentou.
Israel capturou as Colinas de Golã, até então da Síria, na guerra de 1967. O território é considerado terra síria ocupada segundo a lei internacional.
No início desta semana, as FDI disseram que “uma operação em nível de Brigada na região síria de Hérmon”, dentro da área desmilitarizada que separa as Colinas de Golã do resto do país, estava em andamento.
No domingo (8), Netanyahu pediu para as FDI que tomassem a região e comentou na terça-feira (10) que os militares também deveriam controlar “posições próximas a ela, incluindo o Monte Hérmon”.
A entrada do Exército de Israel na área desmilitarizada, que foi estabelecida após a guerra de 1973 no Oriente Médio, foi criticada pelo Egito e por outras nações árabes.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad