Os estudantes retornaram às salas de aula na Síria no domingo (15), depois que os novos governantes do país ordenaram a reabertura das escolas. A medida representa um forte sinal de alguma normalidade, uma semana depois de rebeldes derrubarem o presidente Bashar al-Assad.
O novo líder de fato do país, Ahmad al-Sharaa (conhecido como Abu Mohammad al-Jolani) enfrenta um enorme desafio para reconstruir a Síria após 13 anos de guerra civil que matou milhares de pessoas. Cidades foram bombardeadas até as ruínas, a economia foi destruída por sanções internacionais e milhões de refugiados ainda vivem em campos fora da Síria.
Autoridades disseram que a maioria das escolas estavam abrindo em todo o país no domingo (15), que é o primeiro dia da semana de trabalho na maioria dos países árabes. No entanto, alguns pais não estavam enviando seus filhos para a aula devido à incerteza sobre a situação.
Alunos esperaram alegremente no pátio de uma escola secundária para meninos em Damasco e aplaudiram enquanto o secretário da escola, Raed Nasser, pendurava a bandeira adotada pelas novas autoridades.
“Está tudo bem. Estamos totalmente equipados. Trabalhamos dois, três dias para equipar a escola com os serviços necessários para o retorno seguro dos alunos à escola”, disse Nasser, acrescentando que a escola Jawdat al-Hashemi não foi danificada.
Em uma sala de aula, um aluno colou a nova bandeira na parede.
“Estou otimista e muito feliz”, disse o estudante Salah al-Din Diab. “Eu costumava andar na rua com medo de ser convocado para o serviço militar. Eu costumava ter medo quando chegava a um posto de controle.”
Enquanto a Síria começa a tentar se reconstruir, seus vizinhos e outras potências estrangeiras ainda estão elaborando uma nova postura em relação ao país, uma semana após o colapso do governo de Assad, apoiado pelo Irã e pela Rússia.
Fim das sanções?
Abu Mohammed al-Jolani lidera o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o grupo islâmico que tirou Assad do poder na semana passada. O HTS é um grupo anteriormente aliado à Al Qaeda que é designado como uma organização terrorista por muitos governos e também está sob sanções da ONU.
O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, disse no domingo (15) que esperava um fim rápido das sanções para ajudar a facilitar a recuperação econômica.
“Esperamos ver um fim rápido nas sanções para que possamos realmente ver uma união em torno da construção da Síria“, disse Pedersen ao chegar a Damasco para se encontrar com o governo interino da Síria e outras autoridades.
Os principais diplomatas dos Estados Unidos, Turquia, União Europeia e países árabes se reuniram na Jordânia no sábado (14) e concordaram que um novo governo na Síria deve respeitar os direitos das minorias, disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.