O Ministério Público de São Paulo (MPSP) encaminhou um ofício para a Secretaria de Segurança Pública (SSP) recomendando que as câmeras corporais dos policiais envolvidos na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta sejam apreendidas.
Acosta foi morto após uma abordagem da PM em um hotel na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, no dia 20 de novembro. Imagens das câmeras de segurança do hotel flagraram a abordagem, que contou com a participação de dois agentes.
No pedido, feito na última quinta-feira (12), a Promotoria também questionou se os PMs portavam equipamentos não letais, como armas de choque, no momento da ocorrência.
Em nota, a SSP afirmou que todas as circunstâncias do caso são investigadas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado pelo 12º BPM/M, com acompanhamento da Corregedoria da Instituição, e pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
“Diligências prosseguem visando o esclarecimento dos fatos. Os policiais envolvidos seguirão afastados das atividades operacionais até a conclusão das investigações. As imagens das câmeras corporais foram anexadas à investigação”, completa a nota.
Relembre o caso
Segundo o boletim de ocorrência obtido pela CNN, os policiais atenderam uma chamada no local e relataram que Marco Aurélio estava “bastante alterado, agressivo, e resistiu à abordagem policial, entrando em vias de fato com a equipe.”
Durante o confronto, ainda segundo o documento, Marco Aurélio teria tentado pegar a arma de um dos policiais. O soldado, então, disparou contra o estudante.
A versão contada pelos PMs não condiz com as imagens das câmeras de segurança do hotel, que mostram que o estudante não tentou pegar o revólver do policial.
Marco Aurélio foi socorrido ao Hospital Ipiranga, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo o B.O, todos os policiais militares portavam câmeras corporais. Os policiais foram afastados de suas funções.
O caso foi registrado como homicídio decorrente de intervenção policial. A pistola usada no disparo, uma Glock calibre.40, foi apreendida, e o local passou por perícia.
Os policiais militares envolvidos na morte foram afastados das atividades operacionais.