O Pentágono disse nesta quinta-feira (19) que há 2 mil soldados dos Estados Unidos na Síria, mais do que o dobro dos 900 que havia dito anteriormente.
O órgão pontuou que as tropas adicionais são consideradas forças temporárias que foram enviadas para apoiar a missão contra os militantes do Estado Islâmico.
O porta-voz do Pentágono, major-general Pat Ryder, afirmou a repórteres que não sabia há quanto tempo o número era de 2 mil, mas provavelmente há meses, no mínimo, e eram anteriores à queda de Bashar al-Assad.
“Eu soube do número hoje… como alguém que está aqui dizendo 900, eu queria dar a vocês o que tínhamos sobre isso”, destacou Ryder.
“Eu acho que provavelmente seria justo dizer, no mínimo, meses [que os soldados estão na Síria]… já está acontecendo há um tempo.”
Os Estados Unidos disseram publicamente por vários anos que tinham 900 tropas na Síria, que estavam trabalhando com forças locais para evitar o ressurgimento do Estado Islâmico, que em 2014 tomou grandes áreas do país e do Iraque, mas depois foi, em grande parte, derrotado.
O governo do presidente Joe Biden destacou que os soldados dos EUA permanecerão na Síria, embora o presidente eleito Donald Trump possa removê-las quando assumir o cargo em 20 de janeiro.
Durante seu primeiro governo, Trump tentou retirar as tropas americanas no país, mas encontrou resistência de autoridades.
Esta não é a primeira vez nos últimos anos que o Pentágono teve que revisar o número de soldados que tem em um país. Em 2017, o Exército dos EUA divulgou que tinha 11 mil soldados americanos no Afeganistão, milhares a mais do que havia divulgado anteriormente.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad