O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 15 suspeitos de associação criminosa e fraude de leite, em uma indústria de Taquara, localizada na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). A informação foi confirmada à CNN nesta quinta-feira (19).
A denúncia foi realizada na quarta-feira (18) e além de derivados lácteos com adição, principalmente de soda cáustica e outros produtos prejudiciais à saúde, como água oxigenada, o Ministério Público comprovou ração animal na diluição dos produtos.
Segundo o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, os 15 denunciados corromperam, adulteraram e falsificaram produtos lácteos para o consumo humano, com o uso de produtos químicos impróprios, em diferentes ocasiões.
De forma contínua, os denunciados fabricavam, mantinham em depósito para expor à venda e revendiam o alimento.
Exames laboratoriais comprovaram leite fora dos padrões de consumo e agendas com as fórmulas para utilização dos mais diversos produtos químicos de uso não alimentício foram encontradas.
O responsável pelas fórmulas é um químico industrial conhecido como o “alquimista” ou o “mago do leite”, que foi um dos cinco presos no último dia 11 deste mês e é um dos 15 denunciados.
Segundo o MP, o suspeito já foi alvo do MPRS na 5ª fase da Operação, em 2014.
Relembre o caso
No dia 11 de dezembro, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, sendo um deles o do “alquimista”, e mais 16 de busca e apreensão em cidades gaúchas e em uma paulista. Houve ainda uma prisão em flagrante de uma funcionária do laticínio investigado em Taquara.
Além disso, foram detectados pelos e pontos de sujeira em algumas embalagens. Leite UHT, em pó, soro e composto lácteo produzidos pela empresa eram distribuídos para todo Brasil e para Venezuela. O MPRS não foi autorizado pela Justiça a divulgar os nomes das marcas envolvidas no caso.
A operação foi em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Receita Estadual, Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), Ministério Público de São Paulo (MPSP) e Delegacia do Consumidor da Polícia Civil (DECON). A ação do MPRS também contou com o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor.