Uma tragédia se abateu sobre os estados do Maranhão e Tocantins na tarde desta segunda-feira (23), quando uma ponte que liga as duas unidades federativas desabou, resultando em pelo menos uma morte confirmada e 16 pessoas desaparecidas, incluindo duas crianças.
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), em entrevista ao CNN Prime Time desta segunda, detalhou a situação e as medidas que estão sendo tomadas após o incidente.
Brandão, que visitou o local acompanhado do ministro dos Transportes, Renan Filho, e da diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), descreveu um cenário complexo e desafiador para as equipes de resgate.
Desafios no resgate e riscos ambientais
Um dos principais obstáculos enfrentados pelas equipes de busca é a presença de produtos químicos na água, provenientes de três caminhões que caíram durante o desabamento.
“Estamos fazendo análise da água para que os próprios membros do Corpo de Bombeiros não sejam contaminados”, explicou o governador. A profundidade do local, estimada entre 45 e 50 metros, também dificulta as operações.
Brandão informou que o Ministério da Defesa e a Marinha foram acionados para enviar equipes especializadas em mergulhos profundos, equipadas com tecnologia de alta resolução para identificar possíveis vazamentos e auxiliar na remoção dos produtos químicos.
Impacto no tráfego e medidas emergenciais
A ponte, parte da rodovia conhecida como Belém-Brasília, era uma importante via de ligação entre as regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país. Com o desabamento, rotas alternativas estão sendo utilizadas, incluindo uma ponte em Imperatriz, Maranhão, o que aumenta o percurso em cerca de 150 quilômetros.
O ministro dos Transportes autorizou a reconstrução da ponte, com previsão de início das obras ainda em 2024 e conclusão em 2025.
“A gente acredita aí que cerca de seis a oito meses até lá nós vamos ter que conviver com esse desconforto”, afirmou Brandão.
O governo federal anunciou a abertura de uma sindicância para apurar as responsabilidades pelo acidente. A ponte, construída em 1960, tinha 64 anos de idade e fazia parte de um conjunto de mais de 9 mil obras estruturantes que o DNIT está vistoriando para possíveis recuperações.
As autoridades estaduais e federais estão trabalhando em conjunto para minimizar os impactos da tragédia e garantir o suporte necessário às vítimas e suas famílias, além de buscar soluções rápidas para restabelecer a conexão vital entre os estados afetados.