Eleita presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), considerada a mais importante da Câmara de Cuiabá, a vereadora Samantha Iris (PL), que também é primeira-dama, negou qualquer interferência do prefeito Abilio Brunini (PL) em sua escolha. Em resposta aos comentários sobre a possível influência do Executivo, Samantha afirmou que sua indicação foi legítima, fruto de articulação com outros vereadores, e que seu foco será o trabalho técnico na condução da comissão.
“Eu fui eleita para estar aqui, fui a mulher mais votada da história de Cuiabá. Eu tinha todo o direito de postular esse local e tenho total tranquilidade de fazer o trabalho de forma técnica. Existe uma assessoria permanente na Casa que dá todo o suporte necessário para garantir que o trabalho seja pautado no que é regimental e constitucional. Não podemos esquecer que, além de ser primeira-dama, também fui eleita e tenho um papel a desempenhar”, declarou Samantha.
A nomeação gerou comentários nos bastidores políticos devido à proximidade dela com o Executivo.
Samantha é esposa do prefeito Abilio Brunini, o que levantou suspeitas de que a CCJR, responsável por avaliar a constitucionalidade dos projetos de lei, poderia se tornar uma extensão do gabinete do prefeito. A vereadora, no entanto, rebateu a ideia: “Estamos aqui para trabalhar. Se tudo o que eu fizer for questionado por ser a esposa dele, então eu não vou poder fazer nada. Não podemos ficar presos a críticas. Nosso objetivo é trabalhar por Cuiabá.”
Articulação com vereadores
Samantha também ressaltou que sua eleição para presidir a comissão foi fruto de um processo democrático dentro da Câmara. “Eu fui atrás dos meus votos, conversei com os vereadores e conseguimos chegar a um consenso. Fui aprovada pela grande maioria dos parlamentares”, explicou a vereadora.
O vereador Demilson Nogueira (Progressistas) reforçou que a escolha de Samantha foi feita dentro do Colégio de Líderes e não representa interferência do Executivo.
“A escolha dela se deu de forma democrática. Foi uma decisão dos líderes presentes, e a comissão conta com outros dois membros que também estarão acompanhando a condução dos trabalhos. Não acredito que essa escolha tenha sido para favorecer qualquer ato da administração”, afirmou Demilson.
Alterações no regimento e trabalho técnico
A CCJR desempenha um papel fundamental na Câmara, pois avalia a legalidade e a constitucionalidade dos projetos apresentados.
Segundo a vereadora Maysa Leão (Republicanos), o objetivo é garantir que os trabalhos sejam conduzidos com foco e celeridade, sem aumentar os custos para o Legislativo.
Maysa defendeu a indicação de Samantha ao cargo e destacou que a comissão contará com uma equipe técnica qualificada.
“A Câmara tem uma assessoria técnica muito preparada, que já apoia todas as comissões. O trabalho da CCJR é técnico, não há espaço para interferência política. O que esperamos é que as mudanças aprovadas hoje contribuam para dar mais agilidade ao andamento dos projetos e garantir que cada tema tenha a atenção necessária”, disse Maysa.
A presidente da Câmara, Paula Calil, também destacou que a definição dos integrantes das 23 comissões permanentes será feita em uma reunião do Colégio de Líderes na próxima quinta-feira.
Segundo ela, a formação das comissões visa garantir maior agilidade na análise dos projetos apresentados e uma melhor distribuição do trabalho entre os vereadores.
-
Câmara de Cuiabá cria 7 novas comissões e permite sessões híbridas