A jornalista italiana Cecilia Sala foi libertada de uma prisão iraniana e está em um avião voltando para casa, disse uma porta-voz da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni nesta quarta-feira (8), semanas depois de ter sido presa enquanto trabalhava em Teerã.
Sala é repórter do diário italiano Il Foglio, que disse que a jornalista foi mantida na prisão de Evin em Teerã depois de ser detida em meados de dezembro enquanto cobria “um país que ela conhece e ama.”
Nesta quarta-feira (8), o escritório de Meloni disse: “O avião que está trazendo a jornalista Cecilia Sala para casa decolou há alguns minutos de Teerã.
“Graças ao intenso trabalho nos canais diplomáticos e de inteligência, nossa compatriota foi libertada pelas autoridades iranianas e está voltando para a Itália”, acrescentou o comunicado.
O presidente italiano Sergio Mattarella informou os pais da jornalista durante uma ligação na manhã de quarta-feira (8), segundo a declaração.
O jornal italiano Chora Media, onde Sala também trabalha, disse que ela deixou Roma em 12 de dezembro com um visto válido para jornalistas e as “proteções de um jornalista em missão”.
“Ela conduziu várias entrevistas e produziu três episódios do podcast Stories para a Chora News”, disse o meio de comunicação no final de dezembro, acrescentando que estava tornando a detenção de Sala pública semanas depois porque seus pais e autoridades italianas tinham inicialmente pedido para ficar em sigilo, esperando uma liberação rápida.
Agência de notícias estatal iraniana IRNA, citando o Ministério da Cultura iraniano, disse no mês passado que Sala foi presa depois de “violar as leis da República Islâmica do Irã”, mas o ministro das Relações Exteriores italiano Antonio Tajani disse vários dias após sua detenção “ainda não sabemos as acusações.”
O regime do Irã é um dos mais repressivos do mundo sobre a liberdade de imprensa, particularmente reprimindo os direitos da mídia após uma onda de protestos abalar o país em 2022.
Apenas quatro países – Coreia do Norte, Afeganistão, Síria e Eritreia – têm piores recordes em liberdade de imprensa, de acordo com uma contagem anual compilada pela organização sem fins lucrativos Repórteres Sem Fronteiras.