No ano passado, o planeta aumentou em 1,5°C sua temperatura média.
Segundo o cientista Carlos Nobre, uma das maiores referências em estudos do clima do Brasil, estimava-se que essa temperatura poderia ser atingida pela primeira vez em 2028, e de uma forma mais permanente por volta de 2033 ou 2035. “Porém, a expectativa pode ser antecipada em 10 anos”, ele alerta.
A urgência que envolve o planeta não tem precedentes, sinaliza o relatório do IPCC (The Intergovernmental Panel on Climate Change), prevendo que até 2040 a temperatura média aumentaria em 1,5 graus. Porém, essa marca já foi ultrapassada e as previsões não são nada animadoras.
“Quando a temperatura aumenta, os oceanos evaporam muito mais água e a atmosfera tem mais calor. É essa a energia que gera todos os eventos extremos. Então, se o planeta está mais quente, os eventos extremos vão aumentando de uma forma exponencial”, avisa Nobre.
Um cenário devastador
Se o mundo continuar a liberar gases de efeito estufa na atmosfera, o limite crítico será atingido por volta de 2070, a temperatura média poderá superar os quatro graus e o cenário na Terra será devastador. Isso, porque quando as temperaturas estiverem extremamente altas, mesmo diante de baixa umidade, o organismo não será capaz de dissipar o calor de maneira eficaz, provocando um efeito conhecido como stress térmico. O planeta será inabitável não só para os seres humanos, mas, também, para centenas de milhares de outras espécies.
É preciso, urgentemente, reduzir em 70% a queima de combustíveis fósseis e em cerca de 23% as emissões que vêm da agricultura e do desmatamento. Além disso é essencial eliminar completamente essas práticas e investir em grandes projetos de restauração florestal para remover o gás carbônico da atmosfera. Essas estratégias permitirão, possivelmente, limitar o aumento da temperatura a no máximo 2°C nas próximas décadas.
Mas, será possível reverter esse quadro? “Nós temos soluções, sim. Reduzir em 43% das emissões até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050. Se deixarmos esse cenário, nós podemos chegar a 2,5 graus em 2050. Nós temos que acelerar muito a redução das emissões e, junto com isso, criar gigantescos projetos de restauração dos biomas, para diminuir muito o risco para todos, diminuir os eventos extremos e salvar o planeta”, responde Carlos Nobre.
O papel do Brasil
Ao contrário de outros países, no Brasil as emissões não são principalmente causadas pela queima de combustíveis fósseis, mas, sim, pelo desmatamento. Em segundo vem a agropecuária, principalmente por conta da emissão de metano durante a digestão dos bois. O setor da energia, incluindo a queima de combustíveis fósseis nos transportes e na indústria, aparece em terceiro lugar.
Porém há boas notícias, também. Dados mais recentes indicam uma queda significativa no desmatamento da Amazônia desde 2023 – uma redução de cerca de 50% conforme os alertas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Esse resultado se deve ao reforço das medidas de fiscalização. A diminuição do desmatamento e a restauração da vegetação nativa são as principais oportunidades para o Brasil alcançar a meta de missões líquidas zero até 2050.
Soluções e alternativas
O uso de rotação de pastagem, a suplementação nutricional do gado e a construção de bebedouros para evitar que os animais pastem em áreas de preservação são algumas das práticas de sustentabilidade no setor. E estudos recentes mostram a agropecuária sustentável pode ser até 10 vezes mais lucrativa.
O Brasil também tem um grande potencial para o desenvolvimento de energia renováveis, se destacando nas áreas de energia solar eólica e biocombustíveis. Além disso já teve início a construção da primeira fábrica de hidrogênio verde do país.
O Plano Clima, uma iniciativa do governo federal que busca alternativas com menores custos e mais efetividade para a redução das emissões, tem incentivado a agropecuária de baixo carbono, o aumento da eficiência energética, a produção de hidrogênio verde e o uso de outros combustíveis com baixa emissão, assim como a coleta de recicláveis e o aproveitamento energético dos resíduos sólidos.
Liderança em gestão ambiental
A iniciativa privada também tem feito a sua parte, assumindo um importante papel ao influenciar não só as suas próprias práticas como, também, toda a cadeia de suprimentos e o mercado.
Nesse contexto, vem ganhando cada vez mais relevância a atuação da Ambipar, empresa que busca auxiliar a sociedade e companhias a lidarem com os principais desafios ambientais da atualidade.
Em sua planta localizada em Nova Odessa, interior de São Paulo, funciona o Centro de PD&I, com infraestrutura composta por laboratórios, plantas piloto pré-industriais e cientistas dedicados a pesquisar e desenvolver tecnologias e soluções mais sustentáveis.
Segundo Rafael Tello, vice-presidente de sustentabilidade da Ambipar, a companhia vem procurando aprimorar continuamente a sua atuação na gestão de resíduos. “Buscamos, incansavelmente, diminuir a quantidade de material que vai para o lixão ou para aterro sanitário, além de cuidar dos ecossistemas, da fauna, da flora, monitorando espécies e acompanhando como é que isso está se desenvolvendo. E mais. Fazemos todo um trabalho de prevenção e treinamento de profissionais para que a gente consiga, com pessoas mais qualificadas e com o melhor entendimento dos riscos que estão envolvidos, diminuir a exposição a esses efeitos que já estamos sentindo”, conclui.
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