Dois advogados investigados por tráfico de cocaína e corrupção, envolvendo também servidores públicos de Mato Grosso do Sul, foram presos em flagrante, nesta quarta-feira (15), durante o cumprimento de mandados na 2ª fase da Operação Snow, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Segundo apurado pelo Primeira Página, cada um deles estava com uma arma em casa. As duas – uma pistola 9 mm e um revólver 38 mm – foram apreendidas. Uma terceira também foi apreendida.
Ao todo, a continuação da ação que teve início no dia 26 de março de 2024, nesta quarta, cumpre nove mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga, no interior de São Paulo.
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Agentes de segurança transportavam contrabando para empresa em Campo Grande
Análise de materiais apreendidos no ano passado, especialmente telefones celulares, revelou que ao menos outras 17 pessoas integram a organização criminosa, entre elas advogados e um policial civil.
As investigações indicam que o líder do grupo atuava para monitorar eventuais investidas das forças de segurança, via cooptação de servidores públicos corruptos, o que era feito por meio de advogados.
A atuação dos advogados não se limitava à prestação de serviços jurídicos, mas envolvia a prática de ilícitos, como a corrupção de agentes públicos para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas, além de serem conselheiros de outros assuntos sensíveis da organização.
Advogados no meio de um grupo agressivo
Levantamentos também indicam que os criminosos agem de forma extremamente violenta, resolvendo muitas de suas pendências, especialmente as questões relacionadas à perda de cargas de drogas e outros desacertos do tráfico, com sequestros e execuções, inclusive de seus próprios integrantes.
O escoamento da droga, como regra cocaína, era realizado por meio de empresas de transporte – empresas terceirizadas dos Correios. Ao menos duas toneladas de cocaína que pertenciam à organização foram apreendidas em ações policiais.
Para o cumprimento dos mandados, nesta segunda fase da operção, equipes do Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Policiais Especiais, ambos da Polícia Militar, prestaram apoio ao Gaeco. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e a Corregedoria da Polícia Civil também acompanharam as diligências.