O bloqueio que impede o Departamento de Justiça dos Estados Unidos de compartilhar o relatório do procurador especial Jack Smith sobre sua investigação a respeito do manuseio inapropriado de documentos confidenciais pelo presidente Donald Trump com membros do Congresso dos EUA foi estendido nesta terça-feira (21) pela juíza Aileen Cannon.
A ordem de Cannon incluiu críticas aos promotores que representam o ex-procurador-geral Merrick Garland. A juíza os acusa de enganá-la em uma audiência judicial realizada na sexta-feira (17) e afirma que eles falharam em cumprir o “papel especial” que desempenham no sistema de justiça criminal.
Antes da posse de Trump, Garland tentou compartilhar o relatório em particular com um pequeno grupo de legisladores com a condição de que eles não divulgassem informações dele.
Ainda nesta terça-feira, Cannon acatou os argumentos apresentados pelos ex-réus de Trump, Walt Nauta e Carlos de Oliveira – dois funcionários dele acusados de crimes relacionados à obstrução – de que mesmo uma divulgação limitada poderia prejudicá-los se seus casos fossem a julgamento. Cannon rejeitou a acusação no verão passado sob a alegação de que Smith foi nomeado inconstitucionalmente, mas essa decisão está em apelação, deixando a possibilidade de que as acusações possam ser reabertas.
“Os meros desejos de um procurador-geral com ‘tempo limitado’ no cargo de cumprir uma ‘prática histórica’ inexistente de divulgar relatórios do Conselheiro Especial na pendência de processos criminais não são uma razão válida”, escreveu Cannon.
“E certamente não anula os interesses constitucionais óbvios dos Réus nesta ação e o dever deste Tribunal de proteger a integridade deste processo.”