Análise: Mesmo com a libertação de reféns em Gaza, estamos distantes da paz


A libertação de reféns pelo Hamas neste sábado (25) marca um momento histórico no conflito entre Israel e o grupo palestino, mas especialistas alertam que a paz ainda está longe de ser alcançada.

Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais das Faculdades Rio Branco, Sidney Leite, analisou a situação e expressou preocupação com os desdobramentos futuros.

Segundo Leite, apesar do avanço nas negociações, “ainda estamos muito distantes da paz” entre Israel e Hamas.

O especialista ressalta que os riscos de novos confrontos permanecem elevados, mesmo com o atual cessar-fogo.

Riscos de retrocesso

O serviço prisional israelense confirmou neste sábado (25) que 200 prisioneiros palestinos foram libertados de centros de detenção do país.

A ação também faz parte do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que prevê a libertação de prisioneiros e reféns.

Contudo, o professor alerta para a possibilidade de retrocesso nas negociações:

“A possibilidade de retroagir, de que as tropas israelenses voltem a ocupar sistematicamente a faixa de Gaza e paralelamente o retorno dos embates, ela é alta, ela não é baixa. Então os riscos são enormes”, disse.

Leite utiliza uma metáfora para descrever a situação atual: “Eu diria que a história tem vários capítulos e personagens, mas o enredo permanece constante. Estamos ainda muito mais distantes da paz e próximos de novos embates. O cheiro de pólvora ainda está no ar”, afirmou o especialista.

A troca planejada deste sábado é a segunda desde que o cessar-fogo começou, em 19 de janeiro, e o Hamas entregou três civis israelenses em troca de 90 prisioneiros palestinos.

O acordo de cessar-fogo, elaborado após meses de negociações intermitentes mediadas pelo Catar e Egito e apoiadas pelos Estados Unidos, interrompeu os combates pela primeira vez desde uma trégua que durou apenas uma semana em novembro de 2023.

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