Após cerca com Bolívia, Milei aumentará controle na fronteira com Brasil


Um dia após a Argentina anunciar a instalação de uma cerca na fronteira com a Bolívia, a ministra da Segurança de Javier Milei, Patricia Bullrich, afirmou que o país aumentará o controle na divisa com o Brasil.

“Agora vamos ir para outros pontos, vamos para a fronteira de Misiones com o Brasil”, disse a ministra em entrevista à Rádio Mitre, referindo-se às cidades integradas dos dois países e citando especificamente Bernardo de Irigoyen, que faz divisa com Dionísio Cerqueira (SC).

Bullrich arguemntou que em vários pontos da divisa entre Misiones e o Brasil é possível passar caminhando e que há “um problema muito sério” na região, inclusive com “assassinatos por pistoleiros”.

Ela também se referiu à diferença de câmbio e valorização do peso argentino e do real brasileiro, que faz com que o fluxo de produtos que entram de um país no outro seja grande.

“Estamos fortalecendo passo a passo as diferentes fronteiras (…) ocuparemos estes pontos e com esses pontos, podemos dizer que temos uma fronteira muito mais controlada”, destacou, explicando que haverá aumento de controle também na fronteira do Paraguai com as províncias argentinas do Chaco e Salta.

Questionada sobre a possibilidade de construir novas cercas, além da que será instalada na cidade de Águas Blancas, no norte do país, que faz divisa com a cidade boliviana de Bermejo, Bullrich afirmou que o plano de segurança de fronteiras é avaliado a cada dia, com uma revisão mensal profunda, e não descartou medidas similares.

Ainda assim, disse que, por enquanto, a única cerca prevista é a anunciada na divisa com a Bolívia. Na segunda-feira (27), foi publicada no diário oficial de Salta a licitação para a construção da barreira, que terá 200 metros de extensão e será de aço, com arame farpado no topo e postes de concreto.

Segundo o governo provincial, a cerca, que vai da rodoviária até o posto de migração da cidade, será instalada a pedido do governo Milei. Segundo as autoridades, muita gente não passa pelos controles migratórios ao entrar.

A medida é parte do Plano Güemes, de segurança fronteiriça, para combater o contrabando e o tráfico de drogas e de pessoas.

“Estamos deslocando cada vez mais gente na zona”, ressaltou Bullrich sobre as forças de segurança que patrulham o local, explicando que a ideia da cerca é direcionar a população que chega em barco, pelo rio, para os postos de controle migratório.

Questionada sobre a possibilidade de que a cerca seja eletrificada, ela negou e afirmou que isso seria “uma loucura”. “Hoje tem um muro, mas é baixo, pulam ele. O muro será substituído pela cerca”, explicou.

Preocupação boliviana

O governo da Bolívia manifestou “preocupação” com o anúncio da construção da cerca na fronteira.

“Os temas fronteiriços devem ser tratados mediante mecanismos de diálogo bilaterais estabelecidos entre os Estados para encontrar soluções coordenadas para questões em comum. Qualquer medida unilateral pode afetar a boa vizinhança e a convivência pacífica entre povos irmãos”, expressou o ministério das Relações Exteriores da Bolívia em comunicado.

A chancelaria de Luis Arce disse ainda que solicitará à Argentina informações, mediante canais diplomáticos, sobre a iniciativa, para “empreender as ações correspondentes”.

“Dentro da nossa fronteira, nós fazemos o que queremos. Estamos pondo uma cerca em nossa casa, em nossa pátria”, rebateu Bullrich.



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