A Casa Terapêutica Maria Madalena, localizada em Barra do Garças, a 512 km de Cuiabá, lançou uma Campanha Premiada para arrecadar recursos e cobrir as despesas do ano de 2024.
A iniciativa funciona no formato de rifa, onde os participantes concorrem a um prêmio de R$ 300,00. Ao todo, são 200 números disponíveis, cada um no valor de R$ 30,00. As doações podem ser feitas via Pix para a chave doacoescmm@gmail.com.
O local, que atua no acolhimento e recuperação de mulheres em situação de vulnerabilidade social, especialmente aquelas que enfrentam a dependência química ou o alcoolismo, passa por dificuldades financeiras e sobrevive graças ao voluntariado, à ajuda da comunidade e ao apoio da Igreja Assembleia de Deus. Empresários locais também auxiliam a instituição com a doação de alimentos.
Fundada em 2012, a Casa Terapêutica Maria Madalena tem capacidade para acolher até 30 mulheres em um prédio localizado no bairro São João, cedido pelo Fórum da Comarca de Barra do Garças e totalmente reformado para oferecer alojamento completo.
O presidente da Fundação Amazônia Legal, entidade responsável pela administração do espaço, Gezaine Cavalcante, destaca a necessidade de profissionais especializados, como enfermeiros, psicólogos e terapeutas, para oferecer um tratamento mais completo. Desde 2024, alguns profissionais dessas áreas têm atuado como voluntários na instituição.
A prefeitura de Barra do Garças costumava oferecer apoio financeiro à Casa, mas, devido às eleições de 2024, o repasse não foi realizado no ano passado. Para 2025, será necessário um projeto de lei que passará pela Câmara de Vereadores e retornará para a Prefeitura, possibilitando a retomada do benefício.
Além da falta de recursos, outro desafio enfrentado pela Casa Terapêutica é o preconceito em relação às mulheres que lutam contra a dependência química. Segundo Gezaine muitas pessoas evitam fazer doações por não enxergarem essas mulheres como merecedoras de ajuda. “As mulheres que sofrem com dependência química e alcoolismo ainda enfrentam muito preconceito, até mesmo dentro das próprias famílias. Muitas pessoas não querem ajudar quem enfrenta esse problema. Esse também é um desafio: conscientizar a sociedade sobre a importância da empatia”, ressalta.
Em 2023, a Casa atendeu 148 mulheres. O tratamento completo dura oito meses e inclui apoio psicológico, terapias, exercícios e, quando necessário, medicações. Apesar das dificuldades, os resultados são positivos: das 148 acolhidas, 49 permaneceram por seis meses e 10 concluíram o tratamento completo. Essas mulheres conseguiram se reintegrar à sociedade e ao convívio familiar.
Atualmente, há ex-acolhidas da Casa Terapêutica vivendo em cidades como Porto Alegre do Norte, Confresa, Água Boa e até no Rio de Janeiro, já aptas para o trabalho e para uma vida saudável.
“Nosso impacto positivo é trazer essas mulheres de volta para a sociedade e para suas famílias. Queremos que elas tenham uma segunda chance”, destaca Gezaine.
Para ser ter acesso ao tratamento na Casa Terapêutica Maria Madalena, a mulher precisa passar por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município para um diagnóstico completo. Esse processo permite identificar necessidades médicas específicas, uso de medicamentos contínuos e outras condições de saúde.
Além da Campanha Premiada, a população pode contribuir diretamente com a Casa Terapêutica através da Fundação Amazônia Legal, localizada na Rua Pires de Campos, nº 675. Doações podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. São aceitos alimentos, roupas e contribuições em dinheiro, independentemente da rifa.