A Prefeitura de São Paulo encerrou, na tarde desta quarta-feira (29), os contratos com as empresas de ônibus investigadas por ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Transwolff e UPBus serão substituídas no sistema de transporte público da cidade depois de uma nova licitação.
Desde o dia 9 de abril, a Transwolff e a UPBus estão sob intervenção municipal. A medida foi tomada após uma operação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontar as concessionárias como intermediárias para lavagem de dinheiro proveniente do PCC.
Segundo comunicado divulgado pela prefeitura, “permanecerão as intervenções já em curso nas concessionárias, garantindo os serviços prestados à população, bem como os pagamentos dos funcionários e fornecedores”.
Em dezembro de 2024, o prefeito Ricardo Nunes anunciou que a abertura de processos para romper os contratos e deu 15 dias para que ambas apresentassem posicionamentos de defesa.
Como mostrou a CNN, fiscalizações realizadas nas empresas pela Prefeitura detectaram a existência de inconformidades financeiras e operacionais, além da necessidade de uma série de mudanças de infraestrutura, manutenção veicular e qualificação das questões financeiras.
Em nota, a Transwolf contesta a decisão da Prefeitura e afirma que a decisão foi arbitrária. “Medida foi tomada em descompromisso com princípios do Direito. Mesmo sem nenhuma comprovação da existência de qualquer vínculo da empresa e de seus dirigentes com organizações criminosas”.
A CNN entrou em contato com a defesa da UPBus e ainda aguarda um posicionamento.
Entenda o caso
Uma operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em abril desse ano, teve como alvo as empresas Transwolff e UPBus, que operam linhas municipais de São Paulo, e foram apontadas como intermediárias para lavagem de dinheiro proveniente do PCC.
Segundo a investigação, as empresas, que transportam diariamente mais de 700 mil passageiros na capital paulista, são ligadas à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e utilizadas para lavar dinheiro obtido com diversos crimes, como tráfico de drogas e roubos.
Ambas as empresas teriam recebido mais de R$ 800 milhões dos cofres públicos somente no ano passado.
A Operação Fim da Linha, cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão na capital paulista e em outras cidades da região metropolitana e do interior de SP.
O presidente da UPBus, Ubiratan Antônio da Cunha, foi preso na manhã da última sexta-feira (20). A prisão aconteceu em uma ação conjunta da PM com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (GAECO).