Brasileiro que comandará missão na RD Congo chega à África na segunda (3)

CNN Brasil


O general brasileiro Ulisses Mesquita Gomes, nomeado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para comandar tropas da missão para a estabilização da República Democrática do Congo, deve desembarcar na África na próxima segunda-feira (3).

Ele assume o posto em meio a uma guerra de anexação que vem sendo travada por movimentos rebeldes apoiados pelo governo de Ruanda, que já deixou 17 capacetes azuis mortos (militares da missão de paz) na última semana.

A Embaixada do Brasil também foi atacada. Segundo o Itamaraty, os invasores chegaram a roubar a bandeira nacional. O governo brasileiro expressou “grave preocupação” com os ataques.

Com cerca de 14 mil soldados de paz, a Monusco, como é chamada a missão, é uma das maiores operações das Nações Unidas no mundo.

A CNN apurou que general Ulisses priorizará a diplomacia, mas não hesitará em utilizar a força para libertar Goma e ao menos outras quatro cidades invadidas pelo grupo rebelde M23 neste mês.

Em 2013, outro general brasileiro, Carlos Alberto dos Santos Cruz, foi nomeado para o mesmo cargo para impedir a conquista de Goma, a principal cidade do leste do país.

Sob seu comando, as tropas das Nações Unidas e o exército da República Democrática do Congo expulsaram do país rebeldes do M23 e tropas de Ruanda, em uma vitória militar obtida em menos de um ano.

O conflito no leste do Congo já dura décadas e está enraizado no transbordamento do genocídio de Ruanda em 1994 para o Congo e na luta pelo controle das lucrativas minas de minerais do país.

A queda de Goma para o M23 é a sua escalada mais grave desde 2012, quando os rebeldes ocuparam a cidade pela última vez.

As forças ruandesas estão presentes em Goma apoiando o M23, de acordo com fontes do Congo e da Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto as forças do Burundi foram enviadas para fortalecer as defesas do Congo em Kivu do Sul. Ruanda não comentou diretamente sobre a presença de suas tropas em solo congolês.

Enquanto isso, a população foi às ruas protestar contra o avanço dos rebeldes. Os manifestantes atacaram embaixadas de países como os Estados Unidos e a França. Eles acusam esses países de serem cúmplices de Ruanda e dos rebeldes.



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