Arqueólogos encontraram artefatos históricos raros durante as obras de construção do Parque Residência, em Macapá, no Amapá. A descoberta revelou vestígios de povos ancestrais e despertou o interesse da comunidade científica para o estudo dos materiais.
Durante as obras, foram encontrados artefatos históricos que indicam a presença de povos ancestrais na região. Durante as investigações, foram descobertas raridades, como moedas e cachimbos, que datam de um período anterior a 1750, antes das primeiras ocupações reconhecidas na história do Amapá.
“São achados bem significativos que remetem, nesse primeiro momento ao período de implantação da Vila de São de Macapá, em 1750, contudo, existem provas de ocupação Ameríndia na área da pesquisa, como o antigo sítio cemitério ameríndio escavado em 1947, durante construção da residência do governador. Foram achadas evidências de práticas e costumes, como por exemplo fragmentos de cachimbos que Ameríndios utilizavam para o uso do tabaco e de outras substâncias que faziam parte do cotidiano deles”, detalha o arqueólogo, professor doutor e historiador do colegiado de História da Unifap, Edinaldo Nunes Filho.
Uma equipe de arqueólogos está conduzindo análises para determinar a idade dos artefatos e sua importância para a história local. Em meio às escavações arqueológicas, descobertas lançam luz sobre a história da ocupação humana na região.
Indícios reveladores apontam para uma intensa atividade datada dos séculos XVII e XVIII, confirmando o contato entre diferentes culturas e o desenvolvimento do comércio local, como explica o arqueólogo Kleber Souza, coordenador dos estudos.
“Nessa fase preliminar encontramos um acervo, sobretudo a evidência de ocupação humana do século XVIII e uma das evidências são as moedas de 1775, moeda de bolso, cachimbos holandeses, de matéria prima caulim, encontrados com frequência e que atestam o contato comercial naquele período. Dentro desse contexto, encontramos ainda artefatos de ferro, cerâmicas indígenas que reforçam o acontecimento desse contato. Também encontramos louças europeias, tudo isso dentro de uma evidência de um componente de ocupação relacionado aos séculos XVII e XVIII”, detalhou o arqueólogo e coordenador dos estudos.