Há exatos 106 dias, a adolescente Marina Sofia Menezes Ventura, de 13 anos, desapareceu da casa onde morava em Diamantino, a a 299 km de Cuiabá. Ao fim de três meses de investigações, o caso foi oficialmente encerrado mesmo sem a jovem ter sido encontrada e o motivo do desaparecimento esclarecido pela Polícia Civil.
O caso Marina Sofia
Era um domingo atarde, dia 20 de outubro de 2024, quando a mãe de Marina, Adriele Leite Menezes, foi até um estabelecimento comercial próximo de onde moravam, enquanto a adolescente e a irmã mais nova ficaram em casa.
À polícia, a mãe disse que ligou em casa, para que a ilha mais nova fosse até ela buscar um frango e quando voltou, minutos depois, a adolescente não estava mais em casa.
Foi então que as investigações iniciaram, contando com análises de câmeras de segurança do bairro Bom Jesus, onde a família mora.
Caso encerrado – angústia da família
Segundo o delegado Marcos Bruzzi, responsável pelo caso, o prazo da investigação acabou e, por isso, foi preciso finalizar o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público – que pode pedir novas investigações, denunciar envolvidos à Justiça ou arquivar o caso.
Até agora, duas pessoas foram presas e uma está foragida, incluindo o cunhado da adolescente desaparecida; são eles:
- João Vitor da Silva de Oliveira, de 20 anos, cunhado de Marina (preso);
- João Alexandre Bertolino Inocêncio, homem que foi reconhecido por testemunhas como suspeito de participação no caso (preso);
- Pedro Miguel Rodrigues de Souza (foragido).
A mãe da adolescente, que vive a angústia do desaparecimento da filha, conversou com a reportagem e, aos prantos, pediu ajuda para encontrar Marina Sofia.
“Pelo amor de Deus, eu só quero saber onde minha filhinha está… Alguém me ajuda, preciso achar minha filha… Ela é só uma criança… Se minha filha estiver viva, eu preciso saber. Não tem condições desses caras ficarem presos e eu não saber da minha filha” disse a mãe da adolescente chorando.
Envolvimento do cunhado e indenização
Na noite daquele domingo, três homens foram vistos retirando uma pessoa, com características semelhantes às de Marina, do porta-malas de um carro em uma área de mata.
O Corpo de Bombeiros e a polícia estiveram no local e procuraram pela jovem, com a ajuda de um cão farejador, mas nada foi encontrado.
Esses depoimentos levaram à prisão do primeiro suspeito, um jovem de 18 anos, em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. Durante o interrogatório, ele revelou ter sido procurado pelo cunhado de Marina – João Victor Silva de Oliveira, de 20 anos –, que lhe ofereceu R$ 25 mil para ajudar no desaparecimento da adolescente.
Conforme Marcos Bruzzi, o valor seria de uma indenização que Marina receberia devido à morte do pai, que deveria ser repartida entre os envolvidos.
Durante as investigações, a polícia ouviu mais de 20 depoimentos, entre familiares e pessoas próximas à família.
2 prisões e um foragido
No dia 22 de novembro do ano passado, o cunhado da adolescente foi preso em Lucas do Rio Verde, a 360 km da capital. Ele estava acompanhado da irmã da vítima, de 17 anos, que foi conduzida à delegacia, ouvida e liberada.
Conforme as investigações, João Victor não apresentou um álibi consistente para o horário do desaparecimento e deixou a cidade logo após o sumiço de Marina.
Imagens de câmeras de segurança revelaram que ele saiu de casa às 11h30, vestindo uma camisa vermelha, e retornou por volta das 13h30, usando uma camisa preta.
“Ele saiu com uma camisa vermelha e retornou com uma camisa preta. Em depoimento, não soube explicar o motivo da troca”, afirmou o delegado.
O delegado também afirma que os responsáveis pelo desaparecimento tinham informações privilegiadas, já que retiraram Marina em um intervalo muito curto, no momento em que ela estava sozinha na residência.
Além dos dois presos, a polícia pediu a prisão de um terceiro suspeito, identificado como Pedro Miguel Rodrigues de Souza, que está foragido. Os três envolvidos foram indiciados.
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