Rússia diz ser muito cedo para negociação de paz proposta por Zelensky

CNN Brasil


O Kremlin disse nesta segunda-feira (3) que é muito cedo para uma discussão sobre o formato de negociações de paz proposto pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e reafirmou suas preocupações sobre a legitimidade do líder ucraniano.

Zelensky afirmou à agência de notícias Associated Press em uma entrevista publicada no sábado (1°) que ele é a favor de negociações de “quatro vias” entre os Estados Unidos, Ucrânia, Rússia e a União Europeia.

O chefe de Estado ressaltou ainda que seria “muito perigoso” para os EUA e para a Rússia manterem negociações sobre o fim da guerra que não envolvessem a Ucrânia.

A ideia levantada por Zelensky aparece após declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, sugerindo que Washington e Moscou já haviam entrado em contato sobre a Ucrânia.

Trump não forneceu detalhes, e o vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, disse que os contatos diretos entre os dois países não estão acontecendo, segundo a agência de notícias Interfax em 27 de janeiro.

Questionado nesta segunda sobre a proposta de Zelensky sobre o formato de futuras negociações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, pontuou a repórteres: “Até agora, ninguém discutiu de forma séria uma possível combinação de participantes nas negociações”.

“Até agora, estamos partindo da suposição de que o presidente ucraniano não tem o direito de manter tais negociações”, adicionou.

Rússia pede por eleições na Ucrânia

O governo russo alega que o fato de Zelensky não ter realizado eleições após seu mandato de cinco anos ter expirado — algo que aconteceu devido à Lei Marcial estar em vigor no país — significa que ele não teria autoridade legal para assinar um acordo de paz.

Kiev rejeita essa acusação como uma manobra desonesta projetada para complicar as negociações.

Peskov observou que também é difícil discutir o possível formato de quaisquer negociações enquanto o decreto de 2022 assinado por Zelensky que proíbe negociações com a Rússia enquanto o Vladimir Putin estiver no poder estiver em vigor. Moscou destaca que a medida deve ser revogada.

“Discutir a possível composição dos participantes (das negociações de paz) enquanto o decreto permanece em vigor é provavelmente nos precipitar”, ponderou o porta-voz.

Conversas entre Putin e Trump

Os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Donald Trump, dos EUA, ainda não falaram por telefone desde a posse do americano.

Quando questionado sobre o assunto, Peskov destacou que os contatos estavam “aparentemente” planejados, mas que não havia nada de novo a dizer por enquanto.

Duas fontes russas com conhecimento das discussões informaram à Reuters que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos são vistos pela Rússia como possíveis locais para um encontro entre os dois líderes.

Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.

Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto. 



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