A União Americana pelas Liberdades Civis, de Porto Rico (ACLU-PR), e diversas organizações civis da ilha lançaram uma coalizão contra as políticas de imigração do presidente dos EUA, Donald Trump, com o duplo objetivo de orientar os migrantes e exigir medidas de proteção para esta comunidade.
“A comunidade migrante precisa de orientação, serviços e proteção. Como sociedade civil, faremos o que for preciso para garantir que essas pessoas, que são parte integrante da nossa sociedade, tenham as ferramentas necessárias para enfrentar o abuso e a discriminação”, declarou Annette Martínez Orabona, advogada e diretora-executiva da ACLU-PR.
Em 26 de janeiro, agentes federais, autoridades de imigração e segurança dos EUA prenderam dezenas de migrantes em diversas operações realizadas em áreas de San Juan, sem o apoio do governo da ilha.
Uma das áreas mais impactadas foi o setor Barrio Obrero, onde residem milhares de pessoas de nacionalidade dominicana.
As operações faziam parte da ofensiva contra a imigração ilegal lançada pelo governo Trump a nível nacional, que resultou na prisão de quase 7.500 pessoas em duas semanas, segundo relatórios oficiais, embora alguns dos detidos tenham sido libertados, segundo duas fontes familiarizadas com as ações.
As prisões são parte de um esforço para consolidar um aparato de fiscalização maior envolvendo uma série de agências federais que receberam maior autoridade de imigração sob a administração do republicano.
A coalizão ACLU-PR disse que fornecerá apoio jurídico e orientação às comunidades migrantes e trabalhará para organizar essas comunidades para promover seu empoderamento e participação na luta por seus direitos.
Vivian Godinaux, presidente da Ordem dos Advogados de Porto Rico, que faz parte desta frente liderada pela ACLU-PR, afirmou que “as comissões e delegações trabalham em várias iniciativas legais e de orientação para garantir que a comunidade migrante em Porto Rico tenha as ferramentas necessárias para enfrentar essas injustiças mal disfarçadas de legalidade.”
A União explicou que suas tarefas incluirão fornecer aconselhamento jurídico gratuito aos migrantes em Porto Rico, incluindo a preparação de recursos legais e representação em casos de detenção e deportação, além de realizar workshops para educar as comunidades migrantes sobre seus direitos e ferramentas para proteger contra possíveis abusos.