Eleição presidencial no Equador: tudo o que você precisa saber

CNN Brasil


Quase 14 milhões de equatorianos devem ir às urnas neste domingo (9) para eleger o próximo presidente do país, em meio às graves crises energética e de segurança que estiveram no centro das atenções no último ano no país.

Ao todo, 16 candidatos concorrem ao posto, mas o pleito está polarizado entre o presidente de direita, Daniel Noboa, do Movimento Ação Democrática Nacional (ADN), e a candidata Luisa González, do partido de esquerda Movimento Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente Rafael Correa.

No começo da semana, Noboa ordenou a militarização dos portos, reforço da presença de forças de segurança nos limites do sul e do norte do país, e o fechamento das fronteiras a partir deste sábado (8) até segunda-feira (10), alegando “tentativas de desestabilização de grupos armados”.

Dias antes da decisão, o presidente afirmou que a Polícia Nacional prendeu 12 pessoas que supostamente integram uma facção criminosa na região em que ele faria um ato de campanha.

Neste ambiente de tensão, acontece o voto, que a CNN explica abaixo em um guia com as informações essenciais para entender como será o pleito e o que está em jogo no Equador.

Como é a votação no Equador

A votação para presidente no Equador acontece das 7h da manhã às 17h, no horário local (9h às 19h do horário de Brasília). O voto é obrigatório para todos os equatorianos de 18 a 65 anos, sob pena de multa de 47 dólares (R$ 271).

Após se identificarem, os eleitores recebem quatro cédulas, uma delas as oito chapas de candidatos a presidente e vice-presidente. Para votar, é necessário marcar com uma caneta qual é a chapa de preferência. Após isso, depositar a cédula de papel na urna.

Mesários fazem apuração de cédulas de votação na eleição presidencial do Equador
Mesários fazem apuração de cédulas de votação na eleição presidencial do Equador em 2021 • Foto: Reuters

As demais cédulas são para escolher legisladores nacionais, legisladores provinciais e integrantes do Parlamento Andino, órgão de controle da Comunidade Andina, bloco formado por Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Nesses casos, o eleitor tem que decidir entre listas fechadas de legisladores dos diferentes partidos.

Segundo turno

Se nenhum candidato obtiver 50% dos votos ou 40% com uma diferença de 10 pontos percentuais em relação ao segundo colocado, a disputa presidencial vai para segundo turno, que será realizado no dia 13 de abril.

Quem são os candidatos à Presidência no Equador?

O favorito para vencer a eleição é Daniel Noboa, presidente que chegou ao cargo após a saída antecipada do seu antecessor, Guillermo Lasso, do cargo.

Noboa, de 37 anos, é o herdeiro da indústria bananeira e tenta a reeleição por mais quatro anos.

Um dos focos do seu mandato foi a luta contra a criminalidade. Ele decretou Conflito Armado Interno, convocou um referendo para mudar a Constituição do país para aumentar a atuação das Forças Armadas nas ruas.

Daniel Noboa Azin, candidato à Presidência do Equador • Divulgação

Noboa gerou indignação internacional ao autorizar a invasão, por forças policiais, da embaixada do México em Quito para prender o ex-vice-presidente de Rafael Correa, Jorge Glas, acusado de corrupção, que estava asilado no local.

Sua principal rival na corrida pelo cargo máximo do Palácio de Carondelet, sede da Presidência equatoriana, é a advogada Luisa González, do partido Revolução Cidadã. Ex-legisladora de 47 anos, ela ocupou vários cargos públicos durante o governo de Correa.

Esta é a segunda vez que ela disputa com Noboa nas urnas: nas eleições extraordinárias de 2023, ela teve mais votos que o atual presidente no primeiro turno, mas acabou derrotada por ele no segundo.

Luisa Magdalena González Alcívar, candidata à Presidência do Equador
Luisa Magdalena González Alcívar, candidata à Presidência do Equador • Divulgação

Também concorrem à Presidência Andrea González, que era a vice da chapa de Fernando Villavicencio, candidato assassinado em 2023 durante a campanha eleitoral; Leonidas Iza, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, protagonista de protestos massivos no país desde 2019; Henry Cucalón, do Movimento Constrói, ex-ministro de Lasso, além de empresários, ex-apresentadores de televisão, ativistas, ambientalistas e até um policial retirado.

Pesquisas de intenção de voto

A última pesquisa de intenção de votos do instituto Ipsos, divulgada em 29 de janeiro, posiciona Daniel Noboa na liderança das intenções de voto, com 45,3%, e Luisa González com 31,3%, o que daria para o atual presidente a vitória em primeiro turno.

Os demais candidatos ficam bem atrás, como Andrea González, que aparece com 5,1% das intenções de votos, e Leonidas Iza, com 2,4%.

Já o instituto Informe Confidencial coloca o atual presidente com 37% das intenções, e Luisa González com 29%. Neste cenário, a disputa seria definida no segundo turno.

Os demais candidatos estão com mais de 20 pontos percentuais de distância, ainda segundo este instituto: Andrea González tem 6% das intenções de voto; Jimmy Jairala, 4%; e Leónidas Iza, 2%.

Principais desafios do Equador

Entre os principais desafios do próximo governante está a crise de segurança — derivada da crise carcerária —, que levou Noboa a realizar um referendo.

Na ocasião, os equatorianos aprovaram todas as medidas propostas pelo atual presidente para reformar a Constituição e permitir uma maior atuação das Forças Armadas, além de penas mais duras e a extradição de criminosos.

O país também enfrenta uma grave crise energética. Durante 2024, o Equador sofreu seca intensa, o que prejudicou a geração hidrelétrica, principal fonte de energia da nação.

Soldados vigiam bloco de celas da prisão militarizada de Litoral, em Guayaquil, Equador • 09/02/2024 REUTERS/Santiago Arcos

Para lidar com o problema, o governo Noboa implementou apagões programados de até 14 horas diárias em alguns setores, durante meses.

Além da violência e da energia, a economia também preocupa os equatorianos.

O próximo governo também terá o desafio de reposicionar o Equador diplomaticamente, após a ampla rejeição internacional à invasão à embaixada do México em Quito pelas forças governamentais de segurança.

Além disso, há outras posições controversas, como a imposição de taxas de 27% sobre produtos mexicanos, após a posse de Donald Trump.

Votação antecipada

Nesta sexta-feira (7), o Conselho Nacional Eleitoral deu início ao programa “voto em casa”, no qual permite o voto de pessoas com deficiência e da terceira idade com mobilidade reduzida, levando as urnas e o material de votação para os domicílios.

Nas prisões, que foram o epicentro da crise de segurança de fevereiro do ano passado, detentos também exerceram seu direito a voto nos últimos dias, sob rígidas medidas de segurança.

Quando o próximo presidente toma posse no Equador?

O mandato presidencial no Equador é de quatro anos e começa em 24 de maio de 2025.

*Com informações da CNN em Espanhol.



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