Um áudio de um piloto que aguardava para decolar no Aeroporto Campo de Marte, nesta sexta-feira (7), revelou que o comandante da aeronave que caiu em São Paulo, solicitou retorno imediato instantes antes do acidente.
No áudio que a CNN teve acesso, não houve mais comunicação após o pedido.
“Ele [piloto] não declarou emergência. Ele falou: ‘torre, solicito retorno imediato, fox-echo-mike, e aí não falou mais nada. A torre tentou chamar ele, tentou chamar ele, e mais nada. Logo vi a fumaça, decolou helicópteros. Complicado, viu. Que triste”, relatou o piloto no áudio.
A aeronave caiu na manhã desta sexta na Avenida Marquês de São Vicente, zona oeste de São Paulo, e atingiu um ônibus da empresa Viação Santa Brígida.
Com a queda, a aeronave explodiu e os destroços acertaram uma moto. A via precisou ser interditada devido ao incêndio.
Cerca de 10 linhas de ônibus tiveram que ser desviadas por conta da interdição na região.
Segundo a empresa de ônibus, 30 pessoas estavam no coletivo no momento do acidente. Duas pessoas sofreram ferimentos leves e receberam atendimento.
O motorista do ônibus teve um mal súbito e também foi atendido.
Queda depois da decolagem
O bimotor turboélice decolou do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, e tinha como destino a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, de acordo com apuração da CNN.
De acordo com registro do site Flightradar24, o avião decolou às 7h17 (horário de Brasília). O monitoramento mostra que a aeronave iniciou uma curva acentuada à esquerda na região da Avenida Ordem e Progresso, na zona Norte.
Na sequência, o avião atravessa a Marginal Tietê, entre as pontes Júlio de Mesquita Neto e do Limão, até a queda na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda.
As duas pessoas que morreram carbonizadas foram identificadas como o advogado Márcio Louzada Carpena, de 49 anos, e o piloto Gustavo Carneiro Medeiros.
A aeronave caiu a cerca de um quilômetro do Allianz Parque e do Bourbon Shopping.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), vinculado à Força Aérea Brasileira (FAB), vai investigar o caso.