O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em entrevista publicada no sábado (9) que conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin.
“Ele quer que as pessoas parem de morrer”, compartilhou Trump ao New York Post.
Não ficou claro quando os líderes se falaram ou se a conversa aconteceu desde que o republicano assumiu o cargo em janeiro. Também não foi possível esclarecer se os líderes se falaram mais de uma vez. A CNN entrou em contato com o Conselho de Segurança Nacional dos EUA para esclarecimentos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à CNN que “não pode negar nem confirmar a notícia”. Ele acrescentou que EUA e Rúsia conversam “através de canais diferentes” desde a posse de Trump.
“Então… pode haver algo que eu não sei”, apontou Peskov.
Trump destacou na entrevista que “é melhor não dizer” quantas vezes conversou com Putin, mas elogiou o “bom relacionamento” com o presidente russo.
O presidente dos EUA expressou esperança de que a guerra na Ucrânia, que teve início em fevereiro de 2022, terminará “rápido”. Anteriormente, Trump havia prometido acabar com o conflito 24 horas após assumir a Presidência.
“Espero que seja rápido. Todos os dias pessoas estão morrendo. Esta guerra é tão ruim. Quero acabar com isso”, comentou ele ao New York Post.
Trump ressaltou no início desta semana que as negociações para acabar com a guerra estão atingindo “muitos progressos”.
Durante a entrevista, que ocorreu enquanto ele viajava no Air Force One para a Flórida na sexta-feira (7), o presidente instruiu o Conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, a “iniciar essas reuniões”.
“Eles querem se encontrar. Todos os dias pessoas estão morrendo. Jovens soldados estão sendo mortos. Homens jovens, como meus filhos. Em ambos os lados. Por todo o campo de batalha”, continuou.
“Provável” encontro entre Trump e Zelensky
Na sexta-feira (7), o presidente dos EUA disse a repórteres que “provavelmente” se encontrará com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na próxima semana e deu a entender que planeja conversar também com Putin.
“Provavelmente me encontrarei com o presidente Zelensky na próxima semana e provavelmente falarei com o presidente Putin”, declarou Trump.
Espera-se que Zelensky lidere a delegação da Ucrânia na Conferência de Segurança de Munique, que o vice-presidente dos EUA, JD Vance, e o enviado especial para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg, também devem participar — mas Trump, não.
No início desta semana, Trump disse que quer garantir o acesso a minerais da Ucrânia em troca da assistência contínua dos EUA ao país.
“Queremos fazer um acordo com a Ucrânia”, afirmou a jornalistas no Salão Oval, alegando que a Europa não forneceu à Ucrânia o mesmo nível de ajuda que os EUA.
O Kremlin informou à CNN no início desta semana que não houve discussões concretas sobre um possível encontro entre Trump e Putin.
“Eles não tiveram nenhum contato inicial para discutir se precisam ou não se reunir e, se precisam, quando e como”, comentou Peskov.
Em meio à expectativa de contato entre os dois líderes, um importante legislador russo compartilhou à mídia estatal que preparativos “avançados” estão em andamento para uma reunião, possivelmente já neste mês.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
*Matthew Chance, da CNN, contribuiu com esta matéria
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