Trump diz que palestinos não poderiam voltar para Gaza no plano dos EUA

CNN Brasil


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse explicitamente que os palestinos não teriam o direito de retornar para Faixa de Gaza sob seu plano de tomar posse do território e reconstruí-lo.

Após ser perguntado em uma entrevista à Fox se os palestinos teriam o direito de retornar para Gaza, Trump respondeu: “Não, eles não teriam”.

“Porque eles terão moradias muito melhores. Muito melhores — em outras palavras, estou falando sobre construir um lugar permanente para eles”, adicionou.

Trump havia dito anteriormente que não achava que os palestinos deveriam voltar à sua terra natal em Gaza, e agora está afirmando claramente que o deslocamento dessas pessoas seria permanente.

“Se eles tiverem que retornar agora, levará anos até que você possa — não é habitável. Levará anos até que isso possa acontecer”, destacou o presidente.

“Estou falando sobre começar a construir e acho que poderia fazer um acordo com a Jordânia. Acho que poderia fazer um acordo com o Egito. Damos a eles bilhões e bilhões de dólares por ano”, acrescentou.

Trump deve se encontrar nesta terça-feira (11) com o rei Abdullah, da Jordânia, que, junto com autoridades no Egito e outras nações árabes, rejeitou categoricamente o plano do líder americano.

O republicano disse à Fox que seu plano é “possuir” Gaza.

“Construiremos comunidades seguras um pouco longe de onde elas estão, onde todo esse perigo está e, enquanto isso, eu seria o dono disso. Pense nisso como um empreendimento imobiliário para o futuro. Seria um lindo pedaço de terra”, pontuou.

Donald Trump afirmou na semana passada, durante entrevista coletiva com Netanyahu, que os Estados Unidos poderiam controlar a Faixa de Gaza e reconstruir a área, que tem potencial para se tornar a “Riviera do Oriente Médio”, segundo o próprio presidente.

Palestinos negam que sairão da Faixa de Gaza

A realocação de palestinos é uma das questões mais sensíveis no Oriente Médio. O deslocamento forçado ou coagido de uma população sob ocupação militar é um crime de guerra, proibido pelas Convenções de Genebra de 1949.

Os ataques israelenses que mataram dezenas de milhares de pessoas nos últimos 16 meses forçaram os palestinos a se deslocarem diversas vezes dentro de Gaza, em busca de segurança.

Mas muitos dizem que nunca deixarão o território, porque temem o deslocamento permanente, como na “Nakba”, ou catástrofe, quando centenas de milhares de pessoas foram tiradas de suas casas na guerra que deu origem ao Estado de Israel em 1948.

Muitos foram expulsos ou fugiram para Gaza, Cisjordânia e Estados árabes vizinhos, inclusive Jordânia, Síria e Líbano, onde seus descendentes ainda vivem em campos de refugiados. Israel contesta a versão de que eles foram forçados a sair.

Israel prepara plano para saída voluntária de palestinos

O ministro da Defesa de Israel ordenou ao Exército na quinta-feira (6) que prepare um plano para permitir a “saída voluntária” de moradores da Faixa de Gaza, depois do anúncio do plano de Trump

Israel Katz saudou a ideia sobre possivelmente reassentar os mais de 2 milhões de palestinos que vivem em Gaza e transformar o território na “Riviera do Oriente Médio”.

“Os residentes de Gaza devem ter a liberdade de sair e emigrar, como é a norma em todo o mundo”, comentou Katz no X.



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