Justiça mira advogadas que acompanhavam depoimentos para intimidar vítimas de extorsão


Duas advogadas estão sendo investigadas por colaboração com uma facção criminosa, atuando para vigiar e intimidar vítimas de extorsão durante depoimentos à polícia, em Várzea Grande. De acordo com a Gerência e Delegacia de Combate ao Crime Organizado (GCCO/Draco), elas foram contratadas pelo grupo criminoso para impedir que comerciantes revelassem informações sobre o esquema de cobrança ilegal de taxas e ameaças.

As duas profissionais foram alvos de mandados de busca e apreensão, cumpridos em seus endereços residenciais e escritórios na última segunda-feira (10), durante a Operação “A César o que é de César”. A Justiça também determinou o afastamento de seus sigilos bancários para aprofundar as investigações.

Facção impunha advogadas às vítimas para silenciá-las

A facção criminosa investigada exigia que lojistas do camelódromo de Várzea Grande pagassem 5% do faturamento mensal como uma “taxa de segurança”, sob ameaças de incêndiar os estabelecimentos e atacar familiares. Caso fossem intimados pela Polícia Civil, os comerciantes eram forçados a negar os crimes e eram acompanhados por advogados da organização, sem que tivessem solicitado qualquer assistência jurídica.

A investigação revelou que o grupo impunha a presença das advogadas nos depoimentos como forma de controle e intimidação, garantindo que nenhuma vítima denunciasse a facção. Além do crime de extorsão, a GCCO também apura embaraço à investigação, já que essa prática dificultava a obtenção de provas e limitava a atuação das autoridades policiais.

Líder do esquema se inspirava em Thomas Shelby, de Peaky Blinders

O chefe da organização criminosa, conhecido como Shelby, se apresentava como um “disciplina” da facção e adotava o nome e o estilo do personagem Thomas Shelby, da série britânica Peaky Blinders, para reforçar sua imagem de líder temido entre os comerciantes.

GCCO

Durante a operação, Shelby e seu principal comparsa foram presos. Ele era conhecido por circular no camelódromo monitorando lojistas e garantindo que seguissem as regras impostas pelo grupo criminoso. Para justificar sua presença, o criminoso alegava oferecer “segurança” aos comerciantes, mas, na realidade, ameaçava e extorquia os empresários.

As investigações também revelaram que Shelby ostentava um patrimônio incompatível com sua renda. Ele era registrado como funcionário de uma churrascaria em Cuiabá, mas não exercia nenhuma função real no local. Apesar disso, possuía carros de luxo e imóveis em seu nome e no nome da esposa, levando a Justiça a decretar o sequestro de seus bens.

Além disso, o criminoso afirmava ter contato direto com líderes da facção que estão presos, reforçando a intimidação contra as vítimas.

Advogadas seguem sob investigação

Até o momento, as advogadas investigadas não foram presas, mas continuam sendo alvo do inquérito. Caso a participação delas seja comprovada, poderão responder por associação criminosa e obstrução da Justiça.

A Polícia Civil de Mato Grosso reforça que denúncias sobre crimes semelhantes podem ser feitas de forma sigilosa pelos telefones (65) 98173-0700 ou 197.



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