velório de jornalista é marcado por saudade e revolta

velorio vanessa este


Desde a tarde desta quinta-feira (13), amigos e colegas de trabalho de Vanessa Ricarte, que morreu aos 42 anos, vítima de feminicídio em Campo Grande, acompanham a cerimônia de despedida que ocorre na Câmara Municipal da capital. O corpo da jornalista chegou ao local do velório, às 20h18.

Velório de Vanessa ocorreu na Câmara Municipal de Campo Grande. (Imagem: Antônio Bispo).

A profissional foi morta pelo ex-noivo, Caio Nascimento, na noite dessa quarta-feira (12) com três golpes de faca. O velório teve início logo após às 20h e tem duração prevista de duas horas.

Depois, o corpo de Vanessa será levado para Três Lagoas, onde deve ser enterrado próximo da família. Entre os presentes estão diversos jornalistas, que trabalharam direta ou indiretamente com a vítima nas redações de Campo Grande.

Para o amigo e ex-namorado Renan Nucci, Vanessa faz parte da história dele e ficam as boas lembranças dos momentos vividos juntos. 

“É uma dor muito grande para mim. A gente se prepara para muita coisa na vida, a gente acha que está pronto para lidar com as adversidades, principalmente a gente que é homem, vai ficando mais velho, vai ganhando experiência, a gente acha que consegue lidar. Mas ninguém está preparado para enterrar um grande amor, ninguém está preparado para ver a pessoa que se amou por muito tempo dentro de um caixão”, desabafou.

Velório de Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio
Velório de Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio (Foto: Felipe Ribeiro)

Ele conta que manteve um relacionamento com a vítima por cinco anos, mas em março do ano passado o casal decidiu seguir cada um seu caminho. 

“A maior parte do tempo a gente estava junto e fomos companheiros um do outro, mas o desgaste, a teimosia, a gente acabou se separando no ano passado, perto da páscoa, e não nos falamos mais. Ficam as boas lembranças”, disse. 

Para a colega de trabalho Nayara Xavier, que sentava ao lado da mesa de Vanessa no MPT (Ministério Público do Trabalho), onde ambas atuavam como assessoras de imprensa, além de profissional competente, a Ricarte trazia uma energia muito boa para o ambiente de trabalho. 

“Nós trabalhamos lado a lado durante quase dois anos e ela sempre foi uma pessoa incrível, maravilhosa, sempre muito voltada com a sensação de direitos trabalhistas e uma colega, uma amiga, uma filha e uma pessoa que deixou um legado de muita luz pra todos nós. Fica um sentimento de indignação, um sentimento de luta por justiça social. A Vanessa hoje representa mais um rosto na nossa sociedade que foi vítima de um feminicídio, de um crime bárbaro e que requer a punição desse agressor.”, destacou. 

A também jornalista Graziela Rezende, lembrou à reportagem os momentos de conquistas que comemorou junto de Vanessa, que sentia estar vivendo o auge da profissão. 

“Quando eu comprei a minha casa, em 2013, eu convidei ela para um churrasquinho e a nossa amizade se estreitou ali. Ultimamente, quando ela entrou no Ministério do Trabalho, ela estava muito feliz. Ela mandou uma mensagem: ‘amiga, sugestão de pauta, vou mandar várias pautas para você, estou super feliz, me sentindo valorizada’. Ela falava sempre muito trabalho, esse sorriso dela transmitia o que ela tinha por dentro na sua vida profissional, era muito feliz”, pontuou. 

No telão da Câmara Municipal, fotos em cores vibrantes representavam o que Vanessa sempre foi: alegre, bonita e rodeada de pessoas das quais gostava. 

  1. Caio Nascimento: mulher perseguida por feminicida relata abusos

  2. Vanessa Ricarte: feminicídio de jornalista gera comoção e revolta

O crime que matou Vanessa Ricarte

Vanessa foi brutalmente assassinada após procurar a Polícia Civil para denunciar o ex-noivo. A jornalista procurou a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) pela primeira vez na madrugada de quarta-feira (12). Assim como as outras vítimas, Vanessa pediu medida protetiva, medida que foi concedida pela Justiça em menos de 24 horas, mas não foi o suficiente para salvá-la.

Ainda na tarde desta quarta-feira (12), ao retornar para casa, Vanessa foi atacada por Caio. Foram três golpes, todos no tórax. A Polícia Civil e a Polícia Militar foram acionadas por um amigo de Vanessa, que testemunhou o crime. Caio foi preso em flagrante, e Vanessa  encaminhada para a Santa Casa, onde não resistiu; ela morreu no final da noite de ontem.

Basta

⚠️ Violência doméstica, seja psicológica, física ou verbal, é crime! Saiba como denunciar:

  • 🚨Emergências: se a agressão estiver acontecendo, ligue no número 190 imediatamente;
  • 🚨Denúncias: ligue para o número 180. O serviço de atendimento é sigiloso e oferece orientações para denúncias sobre violência contra mulheres. O telefonema pode ser feito em qualquer horário, todos os dias. Também é disponível um WhatsApp – (61) 9610-0180;
  • 🚨Perigo: procure a delegacia mais próxima e acione a polícia, por meio do 190.

Em Mato Grosso do Sul, as denúncias de violência de gênero podem ser feitas de maneira on-line. Clique aqui e faça a denúncia.

Violência contra mulher é crime e não pode ser ignorada. Basta, denuncie!

Campanha BASTA
Logo da Campanha Basta, do Primeira Página. (Foto: Divulgação)



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Israel se prepara para receber mais seis reféns de Gaza

Israel se prepara para receber mais seis reféns de Gaza, em troca de centenas de…

Mais de 10 estados estão em alerta para chuvas intensas, aponta Inmet

Mais de 10 estados estão sob alerta de chuvas intensas neste sábado (22), segundo o…

Alemães vão às urnas neste domingo (23) para eleger novo parlamento

Alemães vão às urnas neste domingo (23) para votar em eleições antecipadas do parlamento da…