feminicídio de jornalista gera comoção e revolta


O assassinato covarde da assessora de imprensa Vanessa Ricarte, de 42 anos, deixou o jornalismo sul-mato-grossense em luto. Dezenas de amigos, colegas de profissão e políticos usaram as redes sociais para expressar a saudade da jornalista e a revolta contra o músico Caio Nascimento, ex-noivo e algoz da jornalista. Caio está preso e deve passar por audiência de custódia na manhã desta sexta-feira (14).

Vanessa Ricarte. (Foto: Instagram)
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Vanessa Ricarte: saudade eterna

Dona de um sorriso fácil e de um abraço apertado, Vanessa Ricarte era o tipo de pessoa que irradiava alegria e carisma. As mensagens compartilhadas nas redes sociais comprovam isso e revelam o quanto Vanessa era querida e amada por todos.

“O jornalismo de MS perdeu uma profissional incrível, e eu perdi uma colega com quem tive o privilégio de trocar conversas e aprender muito sobre assessoria e comunicação. Uma mulher iluminada, cheia de potência, que teve seu brilho apagado de forma cruel. O feminicídio não pode continuar tirando de nós mulheres tão fortes, tão cheias de vida. Que sua voz e sua luz nunca sejam esquecidas. Descanse em paz.”

Mariely Barros, jornalista.

“Uma profissional incrível, sempre atendia as demandas, sempre atenciosa e, infelizmente, mais uma mulher que teve a vida interrompida pelo feminicídio. Quantas mais morrerão para que a sociedade, para que os homens, entendam o real problema que enfrentamos?”

Mariely Barros, jornalista.

“Dormi rezando para não acordar com essa notícia. Que dia triste, que sensação horrível. Vanessa era uma amiga que eu levava no coração, como levo todos os jornalistas que passaram pela minha vida. Uma mulher linda, forte, inteligente, incrível. Isso é tão cruel, é tão injusto, é tão baixo.”

Priscila Peres, jornalista.

Em meio a tanta saudade, também estão inúmeros pedidos de Justiça e protestos contra quem subestima a gravidade do ciclo da violência doméstica.

“Feminicídio sempre causa tristeza e revolta. Quando a vítima é uma pessoa próxima, esse sentimento triplica… Jamais poderia imaginar que ela teria a vida ceifada assim, tão cedo e de forma tão violenta por uma pessoa que dizia amá-la. A madrugada foi longa e o dia não será diferente. Vai ser difícil digerir tudo isso. Meu pedido é para que Deus conforte a família e todos os amigos, e que esse assassino APODREÇA na cadeia!”

Kerolyn Araújo, jornalista.

“Mulher em ciclo de violência não raciocina direito! A vítima que sofre violência psicológica, física, patrimonial e sexual não tem força nem discernimento para pedir ajuda!”

Danieli Valentin, jornalista.

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Caio Nascimento, assassino de Vanessa. (Foto: Instagram)

“Vanessa morreu como as mulheres morrem: dentro de casa, de forma brutal e pelas mãos de quem confiava. O feminicídio mata um pouco de cada um de nós.”

Aline dos Santos, jornalista.

“Nunca imaginei que você faria parte da estatística desse crime tão brutal que é o feminicídio. Há de haver justiça. Jamais esquecerei do seu sorriso inebriante, de como riamos à beça quando nos encontrávamos e de todos os papos. Pela ordem natural dos encontros, a gente se conheceu e eu amei. Na verdade, meu coração está em prantos pelo fato de saber que nunca mais te verei, contemplarei seu sorriso e sua vontade de viver. Por que, por que, por que, meu Deus? Eu espero que o monstro pague por tudo. Vela por nós aí de cima, aqui embaixo todos estamos com você. 🙏🏻❤️🦄😻 Beijos de amor e saudade 🥰”

João Humberto, jornalista.

“Longo histórico de agressões e abusos contra várias mulheres. Tenho 60 amigos em comum com a rede social do feminicida. Quantos amigos sabiam que ele era um lixo e continuaram amigos desse covarde? Mais uma mulher assassinada pela negligência do estado e pela negligência coletiva.”

Kenzo Minata, empresário.

Políticos se manifestaram

O crime também gerou manifestações de políticos de Mato Grosso do Sul, como o governador Eduardo Riedel (PSDB) e a senadora Tereza Cristina (PP).

“Fiquei profundamente impactado, indignado com essa situação, por ela, pelas famílias que são envolvidas em casos como esse que ainda ocorrem com muita frequência no nosso estado. Isso não pode passar como impunidade com ninguém envolvido nessa situação. Lamento profundamente, meus sentimentos à família da Vanessa, aos colegas de trabalho, a todos que estão próximos e a todas as famílias que viveram e vivem esse drama da perda para o feminicídio de alguém próximo.”

Eduardo Riedel (PSDB), governador de MS.

“Não podemos normalizar essa realidade. Precisamos de justiça. Vanessa merece ser lembrada por sua trajetória profissional, e não pela crueldade que interrompeu sua vida. Minha solidariedade aos familiares, amigos e colegas de profissão. Que sua memória nos fortaleça na luta por um país mais seguro e justo para todas as mulheres. 🤍”

Tereza Cristina (PP), senadora de MS.

“Nós não podemos nos calar e vamos levantar a nossa voz, mulheres, para salvar vidas e salvar mulheres não só na nossa cidade, mas onde nós pudermos alcançar. Os meus sentimentos a todos os familiares e amigos da Vanessa.”

Adriane Lopes (PP).

Entidades que representam jornalistas, como a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), também lamentaram a partida da jornalista.

Profissional brilhante

Formada em jornalismo pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Vanessa atuou como professora, em redações, foi ex-assessora de imprensa da Emha (Agência Municipal de Habitação) de Campo Grande e, atualmente, era chefe da assessoria de imprensa do MPT-MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul).

“Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade à família, amigos e colegas de Vanessa Ricarte. Que sua memória inspire a luta por um mundo mais justo e seguro para todas as mulheres, e que sua tragédia nos motive a fortalecer as políticas públicas de proteção e combate à violência doméstica. Em homenagem à servidora, o MPT-MS declarou luto oficial em suas três unidades – Campo Grande, Dourados e Três Lagoas – na data de hoje (13/02).”

MPT-MS.

O crime

Vanessa foi brutalmente assassinada após procurar a Polícia Civil para denunciar o ex-noivo. A jornalista procurou a polícia pela primeira vez na madrugada de quarta-feira (12). Assim como as outras vítimas, Vanessa pediu medida protetiva, medida que foi concedida pela Justiça em menos de 24 horas, mas não foi o suficiente para salvá-la.

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Caio Nascimento, assassino de Vanessa. (Foto: Instagram)

Na tarde de ontem, ao retornar para casa, Vanessa foi atacada por Caio. Foram três golpes, todos no abdômen. A Polícia Civil e a Polícia Militar foram acionadas por um amigo de Vanessa, que testemunhou o crime. Caio foi preso em flagrante, e Vanessa foi encaminhada para a Santa Casa, mas não resistiu; ela morreu no final da noite de ontem.

O velório da jornalista será realizado na Câmara de Vereadores de Campo Grande, a partir das 19h desta sexta-feira (13). Ainda esta noite, o corpo será levado para Três Lagoas, onde será velado.

Basta

⚠️ Violência doméstica, seja psicológica, física ou verbal, é crime! Saiba como denunciar:

  • 🚨Emergências: se a agressão estiver acontecendo, ligue no número 190 imediatamente;
  • 🚨Denúncias: ligue para o número 180. O serviço de atendimento é sigiloso e oferece orientações para denúncias sobre violência contra mulheres. O telefonema pode ser feito em qualquer horário, todos os dias. Também é disponível um WhatsApp – (61) 9610-0180;
  • 🚨Perigo: procure a delegacia mais próxima e acione a polícia, por meio do 190.

Em Mato Grosso do Sul, as denúncias de violência de gênero podem ser feitas de maneira on-line. Clique aqui e faça a denúncia.

Violência contra mulher é crime e não pode ser ignorada. Basta, denuncie!

Campanha BASTA
Logo da Campanha Basta, do Primeira Página. (Foto: Divulgação)





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