A Associated Press (AP) está banida do Salão Oval da Casa Branca e do Air Force One — o avião oficial da Presidência dos EUA — por tempo indeterminado, disse a Casa Branca nesta sexta-feira (14).
A AP, uma das maiores agências de notícias do mundo, foi criticada pelo governo americano no início desta semana por usar o nome “Golfo do México”.
O presidente Donald Trump assinou um decreto para renomear a região como “Golfo da América” — nos EUA, os cidadãos se referem ao país como “América”.
A mudança entrou em vigor em agências governamentais, mas outros países não reconhecem o novo nome, e a AP tem clientes em todo o mundo, então ainda se refere ao Golfo do México, embora também reconheça o decreto de Trump.
Outras agências de notícias globais tomaram decisões semelhantes. Entretanto, a Casa Branca criticou a AP e proibiu seus repórteres de eventos presidenciais. Fotógrafos da empresa ainda foram autorizados a comparecer.
Pouco antes de Trump deixar a Casa Branca para Mar-a-Lago nesta sexta-feira, o governo confirmou que a Associated Press também não seria autorizada a embarcar no Air Force One para a viagem.
Em uma declaração no X, o vice-chefe de gabinete Taylor Budowich apontou para a questão do Golfo, dizendo que a decisão da AP “não é apenas divisiva, mas também expõe o comprometimento da Associated Press com a desinformação”.
Ele afirmou que os jornalistas da agência manteriam credenciais para os terrenos da Casa Branca, mas bloquear a AP do que são conhecidos como eventos “agrupados”, como voos do Air Force One, interfere na capacidade do meio de comunicação de fazer seu trabalho.
O “pool de imprensa” viaja com o presidente dos Estados Unidos o tempo todo e compartilha informações com outros jornalistas. A AP é fundamental para a cobertura da Casa Branca e ajudou a criar o pool.
A Associated Press não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a declaração desta sexta-feira. O serviço de notícias sinalizou repetidamente que está planejando recorrer do caso.
