Enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia, Keith Kellogg afirmou nesta segunda-feira (17) que ninguém pode impor um acordo de paz a Kiev e que questões sobre garantias de Washignton para quaisquer futuras forças de paz europeias seriam abordadas mais tarde.
Altos funcionários dos EUA, incluindo o Secretário de Estado Marco Rubio – mas não Kellogg – devem se reunir na terça-feira (18) com o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para conversas focadas no fim da guerra na Ucrânia e nos laços Rússia-EUA.
Kellogg, que disse que visitaria o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky em Kiev nesta semana, disse a repórteres na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas que ninguém imporia um acordo “a um líder eleito de uma nação soberana”.
Ele também reiterou que estava falando com aliados europeus, que têm pressionado para serem incluídos nas negociações, mas que, em sua opinião, não era viável ter todos sentados à mesa.
Autoridades europeias ficaram chocadas com as ações do governo Trump nos últimos dias para cortejar a Rússia, que lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia há quase três anos, desencadeando uma enxurrada de sanções ocidentais e ostracismo.
Washington enviou um questionário às capitais europeias para perguntar o que elas poderiam contribuir para as garantias de segurança de Kiev, adicionando urgência às discussões entre aliados europeus sobre como responder às mudanças na política dos EUA.
Os líderes da França, Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Polônia, Itália, Espanha e Holanda, bem como altos funcionários da OTAN e da União Europeia, estavam realizando uma reunião de emergência em Paris na segunda-feira.
Reino Unido, Suécia e Alemanha disseram que estavam abertas a enviar forças de paz para a Ucrânia, dado um mandato claro e aceitável. Muitas autoridades enfatizaram que só considerariam enviar tropas para a Ucrânia se os EUA fornecessem uma garantia de segurança.
Questionado se os EUA fariam isso, Kellogg disse: “Estou com o presidente Trump, e a política sempre foi: você não tira nenhuma opção da mesa.”
“Antes que qualquer tipo de discussão e garantias de segurança sejam finalizadas, é claro que essas discussões vão acontecer”, ele disse. “As respostas para essas perguntas serão determinadas conforme vocês chegarem ao processo final.”