Erosão de rios ameaça 5 mil ribeirinhos em reserva ambiental amazonense

CNN Brasil


No Amazonas, mais de cinco mil ribeirinhos estão em situação de risco devido à erosão e ao acúmulo de sedimentos nos rios Amazonas e Japurá, na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, a cerca de 600 quilômetros de Manaus (AM), de acordo com o estudo publicado nesta quinta-feira (20) pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

A pesquisa, publicada na revista científica Communications Earth & Environment, mostra que 80% das comunidades da Reserva de Mamirauá estão às margens dos rios e são impactadas pela mudança do solo. 

A erosão pode destruir construções e territórios à beira do rio, com a remoção de sedimentos das margens devido às variações no nível da água ao longo do ano. Esse processo também é chamado de “terra caída”.

Já o acúmulo de sedimentos no leito do rio pode formar praias e alterar o seu curso. Essa criação de obstáculos no rio dificulta a locomoção e o acesso a serviços e alimentos.

Esses impactos são maiores em períodos de seca prolongada, como a que afetou a região da Amazônia entre 2023 e 2024, de acordo com o pesquisador André Zumak, do Instituto Mamirauá.

“A exposição de algumas áreas durante a seca registrada em 2024, por exemplo, proporcionou eventos chamados de terras caídas, com mortes, inclusive. Isto é uma relação direta com as mudanças climáticas”, afirma.

O mapeamento de imagens de satélite analisou água na superfície entre o período de 1986 a 2021 e mostrou que 254 comunidades da Reserva Mamirauá estão em situação de perigo para a ocorrência de terras caídas e formação de praias.

O processo de sedimentação foi constatado em 18,5% das comunidades analisadas, com impactos no transporte fluvial. Outros 26% tem erosão das margens fluviais com perdas de áreas nos territórios. A pesquisa ainda mostra que 55,5% estão em situação estável.

“As informações geradas com esta investigação, principalmente a metodologia, que pode ser replicada em outras áreas, já podem ser utilizadas pelo Serviço Geológico Brasileiro (SGB) e Defesa Civil dos municípios, auxiliando na identificação de áreas de risco em comunidades ao longo dos rios na Amazônia”, conclui o pesquisador.

O estudo foi feito em colaboração com as universidades de Brasília (UnB), do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e de Toulouse, na França.



Fonte do Texto

VEJA MAIS

Mulher é morta pelo ex-namorado no centro de SP

Uma mulher de 52 anos foi morta com golpes de faca pelo ex-namorado taxista no…

Receita Federal libera 5° lote de restituição e paga R$ 314 milhões

Mais de 105 mil contribuintes que estão em dia com o leão podem consultar a…

Líder de ultradireita da França cancela fala na CPAC após gesto de Bannon

O líder francês de ultradireita Jordan Bardella cancelou, nesta sexta-feira (21), seu discurso na conferência…