A Polícia Federal identificou um homem que ensinava como realizar atos terroristas em um fórum na darkweb, a internet obscura. O suspeito é morador de Caxias do Sul (RS) e foi localizado após investigação da Diretoria de Repressão a Crimes Cibernéticos, da PF em Brasília, com a PF do Rio Grande do Sul.
Segundo a PF, as práticas criminosas estariam sendo cometidas no fórum batizado de “Respostas Ocultas”. Além dos atos de terrorismo, o homem também divulgava informações de como clonar cartões e formas de como se suicidar.
Os agentes encontraram disponível, inclusive, um documento intitulado “Manual do terrorista”, que continha tutoriais para fabricação de bombas caseiras com materiais de fácil acesso.
As investigações tiveram início após uma série de denúncias registradas por meio do portal Comunica PF, que é um espaço aberto da Polícia Federal à população na internet com o objetivo de oferecer ao cidadão um canal para comunicação de crimes de atribuição da PF, inclusive de forma anônima.
O caso chegou ao conhecimento da PF em setembro do ano passado, na Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos de Ódio, em Brasília. Os investigadores analisaram “conteúdos suspeitos de propagação de atos terroristas”.
Segundo a PF, o autor utilizava como tecnologia uma rede anônima (The Onion Router – TOR) que permite navegar na internet sem revelar a identidade ou localização do usuário, tendo o tráfego de dados redirecionado através de camadas de servidores, em que cada nó adiciona uma camada de criptografia, protegendo a interceptação e dificultando rastreamento. Mas outras formam de investigação foram usadas para chegar à autoria.
Segundo a PF, mais suspeitos fazem parte do fórum, sendo oito administradores. O grupo é hospedado na Alemanha e o preso seria um braço no Brasil.
Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão, feito pela Delegacia de Polícia Federal em Caxias do Sul, na quarta-feira (19), dispositivos eletrônicos foram apreendidos, além de identificadas evidências do uso de fórum virtual para realizar crimes cibernéticos.
O homem não foi preso. Investigadores explicaram à CNN que, como esses crimes ocorrem na darkweb, a identificação dos autores é extremamente difícil e, muitas vezes, incipiente. Então, são cumpridas as buscas, é feita análise nos materiais apreendidos e, posteriormente, se parte para uma medida mais grave como prisão.
A operação recebeu o nome de “Robespierre”, em referência à Maximilien Robespierre, figura central da Revolução Francesa. A palavra “terrorismo” tem origem associada a ações do personagem histórico, que empregava medidas extremas para eliminar opositores
