As bolsas nos Estados Unidos zeraram hoje tudo o que haviam ganhado desde que Trump foi eleito.
E a causa dessas perdas é ele mesmo, Donald Trump, e o zigue-zague que está adotando na política comercial.
De manhã, impõe tarifas. De noite, adia as tarifas. Deixando entre investidores a impressão de uma caótica agenda política, pois tarifas servem para tudo na visão de mundo de Trump.
Mais preocupante é que empresas americanas reportam queda nas encomendas. Consumidores manifestam queda no nível de confiança. E, de maneira geral, as primeiras medidas de Trump reforçaram as expectativas de inflação persistente. Portanto, juros altos parados lá em cima por mais tempo.
Boa parte do otimismo em relação à política econômica do presidente residia nas promessas de cortes de impostos e desregulação, que seriam compensados pela imposição de tarifas aos principais parceiros comerciais.
Essas esperanças estão sendo rapidamente suplantadas pela noção de que, no curto prazo, a economia americana não vai crescer tanto como se esperava.
Enquanto o dilúvio de anúncios por parte do presidente e o zigue-zague no tratamento de parceiros dificultaram o planejamento por parte de empresas e as decisões de investidores — pelas implicações geopolíticas que vão muito além das questões monetárias e/ou comerciais.
No seu recente discurso de quase duas horas ao Congresso, elogiando a si, Trump disse que estava apenas começando.
Essa frase está ganhando outro significado. Perigoso para o próprio Trump.