MPF investiga situação de venezuelanos e hidrelétricas em terras Bororo


O Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso instaurou dois procedimentos administrativos para investigar possíveis violações de direitos relacionados a comunidades indígenas no estado.

As investigações envolvem impactos ambientais de empreendimentos hidrelétricos nas terras Bororo e a situação de indígenas venezuelanos em Cuiabá.

MPF investiga situação de venezuelanos e hidrelétricas em terras Bororo. (Foto: Ilustrativa)

Hidrelétricas e impactos em terras Bororo

A primeira portaria, assinada pelo procurador da República Ricardo Pael Ardenghi, no dia 13 de fevereiro e publicada nesta segunda-feira (10), determina a instauração de um procedimento administrativo para acompanhar a existência de empreendimentos hidrelétricos próximos às terras indígenas Bororo e os impactos sobre as comunidades locais.

A investigação foi motivada por informações da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT), que identificou a presença de pequenas centrais hidrelétricas em funcionamento em um raio de até 100 km das Terras Indígenas Tereza Cristina, Tadarimana e Jarudore. 

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A portaria considera também os pontos levantados em uma reunião realizada no dia 17 de outubro de 2023. Na ocasião, Lideranças do Povo Boe Bororo apontaram a existência de diversos empreendimentos hidrelétricos no Rio São Lorenço e afluentes que impactam os territórios dessa etnia.

Agora, o MPF busca “qualificar a informação já obtida junto à SEMA-MT para possibilitar uma manifestação mais completa e segura”. 

Indígenas venezuelanos em situação de vulnerabilidade

Já a segunda portaria, também de 13 de fevereiro de 2025, assinada pelo mesmo procurador, busca investigar a situação de indígenas venezuelanos em Cuiabá.

O documento menciona o crescimento do fluxo migratório de indígenas Warao, originários da Venezuela. Muitos desses indígenas estão na capital de Mato Grosso em situação precária, vivendo de forma improvisada e dependendo de doações.

A investigação busca verificar se há políticas públicas adequadas para atender essa população e se estão sendo cumpridas as obrigações previstas na legislação brasileira e internacional sobre proteção de refugiados e migrantes em situação de vulnerabilidade.

Medidas e próximos passos

Os dois procedimentos administrativos instaurados pelo MPF têm prazo inicial de um ano e seguirão com a coleta de informações junto a órgãos competentes, como a SEMA-MT, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Prefeitura de Cuiabá e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

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