Dois caminhões carregados de madeira proveniente de área indígena foram apreendidos pela Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (Dema). O material seria levado para madeireiras em Juína, a 737 km de Cuiabá.
A ação foi possível após denúncias e monitoramento da polícia. Seis pessoas foram detidas e encaminhadas à delegacia e responderão por transporte e armazenamento de madeira irregular, violando a legislação ambiental.
Primeira apreensão: caminhão atolado denuncia crime
A operação começou após denúncias sobre um caminhão atolado na região da Reserva Indígena Filadélfia, em Juína.
O veículo transportava madeira ilegal para uma madeireira local. Agentes da Dema monitoraram o local por 11 horas, até que o caminhão foi desatolado com ajuda de um trator e uma carreta. A equipe seguiu o veículo até Juína, onde ele descarregou aproximadamente 16 m³ de toras no pátio de uma madeireira.
O material foi apreendido e será doado ao Conselho Comunitário de Segurança (Conseg). Um funcionário da madeireira confessou receber R$ 2 mil por participar da atividade ilegal.
O motorista do caminhão e dois funcionários foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Politec foram acionadas para fiscalizar o local e realizar a perícia da madeira. As atividades da madeireira foram suspensas.

Segunda apreensão: serraria no Setor Industrial
No mesmo dia, outra equipe da Dema flagrou um segundo caminhão carregado com toras de madeira entrando em Juína. Desta vez, a carga foi deixada em uma serraria no Setor Industrial.
Os policiais monitoraram o veículo até que ele parou e entraram no local, onde foram recebidos pelo proprietário, de 68 anos.
O empresário apresentou imagens de segurança e fez contatos, mas o dono do caminhão e da carga, além do motorista, foram conduzidos à delegacia para prestar depoimentos.
A Politec e a Sema identificaram cerca de 25 m³ de madeira ilegal, que foram apreendidos junto com o caminhão. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi lavrado contra os envolvidos.