Ataques israelenses mataram mais de 300 pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território.
O colapso do cessar-fogo entre Hamas e Israel ocorre após semanas de negociações — e pode significar mais devastação para os moradores, depois que o governo israelense cortou a eletricidade e bloqueou a ajuda humanitária.
O que aconteceu?
Ataques aéreos atingiram a Faixa de Gaza, com hospitais no norte, centro e sul relatando vítimas. Os correspondentes da CNN no local ouviram ofensivas em vários locais, incluindo a cidade de Gaza, Khan Younis e Deir al-Balah.
Qual é o número?
Pelo menos 326 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas, conforme o Ministério da Saúde de Gaza. A Defesa Civil do território relatou que várias pessoas ficaram “presas sob os escombros de casas bombardeadas em várias áreas”, e que o número de mortos incluía crianças.
O que Israel disse:
A agência militar e de segurança israelense declarou que eles estavam “conduzindo ataques extensivos” contra alvos do Hamas em Gaza.
“Esta noite voltamos a lutar em Gaza”, anunciou o Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz. O Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu usar “força militar crescente” contra o Hamas.
Ambos alegaram que o grupo palestino se recusou a estender um acordo de cessar-fogo.
Os ataques continuarão “enquanto necessário e se expandirão além dos ataques aéreos”, afirmou um oficial israelense à CNN. O enviado de Israel à ONU disse que não haveria “nenhuma misericórdia” enquanto os reféns permanecerem em Gaza.
Israel acusou o Hamas de rejeitar todas as ofertas apresentadas pelo enviado presidencial dos Estados Unidos Steve Witkoff e mediadores.
O que o Hamas disse:
O grupo acusou Netanyahu e seu governo de decidir unilateralmente anular o acordo de cessar-fogo e “colocar os cativos em Gaza em risco de um destino desconhecido”.
Um líder do Hamas alertou que as ofensivas aéreas eram uma “sentença de morte” para os reféns israelenses restantes no território.
O que os EUA disseram:
Israel notificou o governo Trump antes dos ataques a Gaza, contou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, na segunda-feira (17).
“Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os Houthis, todos os que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas também os Estados Unidos da América, terão um preço a pagar”, expressou Leavitt à Fox News, acrescentando que Trump defenderia “nosso amigo e aliado Israel”.
Como chegamos aqui?
O cessar-fogo deveria ter três fases. A primeira começou em janeiro e expirou em 1º de março — mas o Hamas e Israel não conseguiram concordar sobre como passar para a segunda etapa.
O Hamas queria entrar na fase dois — que teria visto as tropas israelenses se retirarem completamente de Gaza e a libertação de todos os reféns vivos mantidos pelo grupo.
Em vez disso, Israel pressionou por uma extensão da fase um, sem se comprometer a encerrar a guerra ou retirar as tropas.