Izabella Teixeira sobre COP30: O mundo virá ao Brasil


Em entrevista ao CNN Sustentabilidade, a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira falou sobre as expectativas para a COP30 em Belém, no Pará. Para a ambientalista, a questão climática é um tema geopolítico e sempre deve ser pauta das reuniões dos blocos econômicos.

“Na presidência do G20, o Brasil fez com muita excelência o tema de financiamento climático. Isso levou a definição de diretrizes que vão orientar o debate hoje de mudança do financiamento climático na COP30”, explica a ex-ministra.

À CNN, Izabella relembrou as negociações na última Conferência. Na COP29, no Azerbaijão, os países participantes concordaram com uma meta financeira anual de US$ 300 bilhões. O valor foi criticado por muitos países em desenvolvimento como amplamente insuficiente.

Um relatório do Grupo Independente de Especialistas de Alto Nível em Finanças Climáticas apontou que a meta anual precisaria aumentar para pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 se os países não agirem agora.

A ex-ministra acredita que esse debate pode ganhar forças em Belém. “Pelo que eu estou acompanhando internacionalmente, o Brasil será um belo palco dessa discussão que chama de 1,3 trilhão.”

“O mundo virá o Brasil. Porque o Brasil tem uma excelência, não só na diplomacia climática, mas é um país que no setor privado, na sua indústria, na sua perspectiva de lidar com a transformação de economia, ele tem caminhos para fazer. É um país que oferece energia barata para fazer uma transição”, defende a ex-ministra.

Para Izabella, uma Conferência das Partes no Brasil deve também movimentar as dinâmicas nacionais e internacionais do setor privado, trazendo mais eventos e fóruns que discutem emergência climática.

A ex-ministra ainda explica que a COP30 pode ser “uma revisão da chamada agenda de ação, que é a herança de Glasgow”.

“Espero que o debate traga realmente bons resultados e novas perspectivas de como rodar dinheiro no mundo”, afirmou Izabella Teixeira sobre a COP30.

A ambientalista ainda defende que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e saída do país do Acordo de Paris não deve impactar tanto na COP30.

“Uma coisa é o presidente Trump, outra coisa são os estados dos Estados Unidos. O setor privado e a sociedade não estão abrindo mão disso”.



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