O parlamento da Hungria aprovou, nesta terça-feira (18), uma lei que proíbe a marcha do Orgulho LGBTQ+ no país. Os parlamentares também aprovaram uma resolução se opondo ao empréstimo conjunto da União Europeia (UE) para gastos com defesa.
As ações ocorrem em meio à preparação do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, para uma cúpula em Bruxelas no final desta semana.
O partido de Orban, Fidesz, que detém uma maioria no parlamento, apresentou um projeto de lei na segunda-feira (17) que proibiria a marcha anual do Orgulho, alegando que ela poderia ser considerada prejudicial às crianças, e o aprovou em um processo acelerado nesta terça.
Orban, que enfrenta um novo partido de oposição em ascensão antes das eleições de 2026, criticou a comunidade LGBTQ+ e prometeu reprimir o financiamento estrangeiro de mídia independente e organizações não governemtanis (ONGs) na Hungria, nas últimas semanas.
A legislação foi criticada pelo prefeito liberal de Budapeste, enquanto legisladores do pequeno partido de oposição Momentum acenderam sinalizadores de fumaça e espalharam no salão da assembleia fotos manipuladas retratando Orban e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se beijando enquanto a votação progredia.
Os organizadores disseram que planejavam realizar a marcha do Orgulho deste ano, apesar da proibição.
O Parlamento também aprovou uma resolução se opondo ao empréstimo europeu conjunto para defesa, depois que Orban disse na semana passada que a Hungria deveria participar da política de defesa europeia comum e contribuir com fundos para ela, mas não deveria concordar com o empréstimo conjunto.
A Comissão Europeia propôs no início deste mês tomar emprestado até 150 bilhões de euros para emprestar aos governos da UE sob um plano de rearmamento. Para aprovação, a proposta requer maioria qualificada, ou o apoio de pelo menos 15 dos 27 países da UE, representando pelo menos 65% da população do bloco. A Hungria sozinha não pode bloquear o plano.