Uma escrivã da Polícia Civil foi condenada a mais de 34 anos de prisão por crimes de corrupção, extorsão e desvio de função, cometidos entre 2022 e 2023 em Paranatinga, a411 km de Cuiabá. A decisão foi do juiz Leonardo Lucio Santos, da 2ª Vara da cidade.
A escrivã aproveitava seu cargo para entrar em contato com proprietários rurais da região, alegando que havia investigações em andamento contra eles na delegacia. Para evitar processos e multas, ela exigia pagamentos em dinheiro.
Em um dos casos, ela pediu R$ 50 mil para revelar a identidade de ladrões que haviam furtado uma propriedade rural.
Outra vítima foi procurada pela escrivã, que exigiu R$ 10 mil para “resolver” uma falsa denúncia ambiental.
Em outra situação, a escrivã cobrou R$ 18 mil de um proprietário rural para “não dar prosseguimento” a uma multa do Ibama por limpeza irregular de pasto. A escrivã entrou em contato e solicitou que a vítima comparecesse pessoalmente à delegacia e na ocasião exigiu a quantia de R$ 18 mil, em tom ameaçador e pressionando por diversas vezes, para “não dar prosseguimento”.
A investigação apurou que a escrivã cometeu 10 crimes de corrupção, 6 de extorsão e desvio de função. Além da prisão, o juiz determinou que a ré pague indenizações às vítimas pelos danos causados.
Na sentença, o magistrado também determinou que a ré indenize as vítimas estabelecendo os valores iniciais mínimos para cada uma das pessoas que sofreram com as ações da escrivã.