Venezuela nega presença de integrantes de gangue entre deportados dos EUA

CNN Brasil


O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, disse nesta sexta-feira (21) que nenhum dos mais de cem de venezuelanos deportados pelos Estados Unidos para uma prisão salvadorenha é integrante da gangue criminosa Tren de Aragua da Venezuela, motivo apresentado por Washington para expulsá-los.

“Acredito, com absoluta responsabilidade, que nenhum deles aparece no organograma da extinta organização Tren de Aragua, nenhum deles”, disse Cabello em um podcast, afirmando que acessou os nomes dos deportados pela mídia dos EUA e por uma fonte própria.

O presidente dos EUA, Donald Trump, invocou uma lei do século 18 no sábado (15) para deportar rapidamente pessoas que, segundo a Casa Branca, seriam integrantes da gangue venezuelana, declarada por Washington como grupo terrorista e inimigo estrangeiro.

 

 

Apesar de um juiz ter rapidamente bloqueado a medida, o governo de Trump deportou mais de 200 venezuelanos — 137 sob a lei de tempo de guerra — para El Salvador, onde eles estão detidos na prisão antiterrorismo do país por um ano, sujeito a renovação.

Enquanto isso, famílias e advogados têm buscado notícias sobre parentes e clientes que não conseguem mais contatar e exigem seu retorno à Venezuela.

A Venezuela diz que o Tren de Aragua foi efetivamente eliminado em 2023 e que a ideia de que ele ainda exista baseia-se em uma alegação da oposição política do país.

“É uma mentira, uma mentira enorme, e temos os meios para provar isso”, acrescentou Cabello. “Agora, se os Estados Unidos se recusam a reconhecer essa realidade, isso é prerrogativa deles”, ele acrescentou.

A gangue, que começou em uma prisão no estado venezuelano de Aragua e é acusada de tráfico sexual, assassinatos por encomenda e outros crimes, espalhou-se na última década para fora do país de origem, inclusive para os EUA, durante um êxodo de migrantes da Venezuela, segundo autoridades americanas e reportagens da mídia.

O governo de Trump tem até 25 de março para responder a um pedido judicial de detalhes sobre as deportações. Um juiz dos EUA havia ordenado que o avião que transportava os deportados desse meia-volta.

Cabello disse que dos 920 migrantes devolvidos em cinco voos desde fevereiro, apenas 16 têm processos judiciais em andamento na Venezuela.



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