O primeiro fim de semana do outono no Brasil promete trazer mudanças significativas no clima, com a volta de manhãs frescas e chuva em grande parte do país. Pedro Côrtes, especialista em Clima e Meio Ambiente, detalhou as expectativas para o período de transição entre o verão e o inverno.
Segundo Côrtes, o fenômeno La Niña está enfraquecido, o que deve influenciar as condições climáticas nos próximos meses. “Nós estamos realmente passando por uma fase de transição, não pelo fato apenas de ser o outono, que é a transição entre o verão e o inverno, mas também porque o fenômeno La Niña já está bem enfraquecido”, explicou.
Temperaturas acima da média e temporais
Para os meses de abril, maio e junho, a previsão é de temperaturas acima da média. No entanto, Côrtes ressalta que não devemos esperar ondas de calor tão intensas quanto as registradas no ano passado. “Nós esperamos temperaturas acima da média, eventualmente uma onda de calor durante alguns dias, mas nada tão intenso quanto foi no ano passado, ou mesmo em fevereiro deste ano“, afirmou o especialista.
O Sul do país, especialmente o Rio Grande do Sul, deve enfrentar temporais em abril. Essas chuvas, porém, serão concentradas e não necessariamente bem distribuídas, o que pode não ser favorável para a agricultura. Já em maio, a previsão é de chuvas abaixo da média no Sudeste e no Centro-Oeste, com um retorno à normalidade em junho.
Impactos das mudanças climáticas
Côrtes alertou para os efeitos das mudanças climáticas nos padrões meteorológicos. “Com as mudanças climáticas, nós temos uma situação em que os eventos que antes ocorriam com uma determinada regularidade passam a ser mais frequentes e também ganham em intensidade”, explicou. Isso significa que fenômenos antes raros podem ocorrer com maior frequência, e as chuvas tendem a ser mais intensas e localizadas.
Essa tendência apresenta desafios para a previsão meteorológica de curtíssimo prazo e pode afetar diversos setores, como a agricultura. “Às vezes chove muito intensamente em uma área, e em outra ao lado não chove. Isso, por exemplo, para a agricultura é péssimo”, destacou o especialista.
Com essas perspectivas, a população deve ficar atenta às previsões locais e se preparar para possíveis variações bruscas de temperatura e precipitação ao longo da estação.
