O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não encontrou nenhuma espécie de peixe exótica na lagoa da Praia da Figueira, em Bonito, onde turistas foram mordidos enquanto curtiam o atrativo.
Onde os peixes foram parar?
O órgão não descarta a possibilidade de as espécies exóticas terem sido retiradas da lagoa antes da chegada dos fiscais, na terça-feira (15). Entretanto, diante da falta de elementos que comprovem a suposta captura, a suspeita não prosperou.
Há três dias, pesquisadores e agentes do órgão tentavam capturar exemplares de pacu, tambaqui e tambacu, com rede e vara de pescar, mas não tiveram sucesso.
As buscas foram feitas por mergulhadores durante o dia e a noite, e até um drone foi utilizado para mapear a lagoa. No entanto, foram encontradas apenas as espécies típicas da região, como a piraputanga.
Quando a vistoria começou, a gerência da Praia da Figueira afirmou que não haviam exemplares das espécies exóticas na lagoa.
Os fiscais do Ibama irão produzir um relatório descrevendo como foram os três dias de trabalho, explica a analista ambiental do Ibama, Fabiane Souza.
“Nós vamos relatar o que foi feito no atrativo, as tentativas de identificação, a captura, o mergulho, e descrever quais foram as espécies que visualizamos e que são da região, como a piraputanga e a curimba”.
Fabiane Souza, analista ambiental do Ibama.
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Turistas mordidos: suspeita de peixe exótico leva Ibama à lagoa
Ainda conforme Fabiane, também foram solicitadas documentações referentes às licenças ambientais do atrativo, notas fiscais de peixes que foram introduzidos na lagoa e demais documentações legais.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) também instaurou uma notícia de fato para apurar os ataques de peixes na Praia da Figueira.
Os ataques de peixes
Ibama e Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) iniciaram o mapeamento das espécies no atrativo de Bonito, provocados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), diante do aumento no número de acidentes registrados, principalmente em dezembro de 2024.
Desde o início deste ano, o hospital municipal de Bonito recebeu vítimas de 14 ataques. A Praia da Figueira chegou a ser interditada no fim de março, depois que turistas relataram ataques de peixes durante o banho. À época, o dono do atrativo, Rafael Braga, admitiu que havia pacus no lago, mas afirmou que a espécie havia sido adquirida de maneira legal.
O Imasul exigiu que fosse instalada uma barreira de contenção na lagoa, para evitar que os peixes adentrassem a área de banho dos turistas — o que foi feito. Uma vistoria foi realizada em seguida, e o atrativo acabou sendo liberado.
