No embalo do Dia dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril, uma palavra bastante comum no vocabulário brasileiro ganhou destaque: pipoca. Mais do que um lanche popular, o termo carrega em sua origem a influência das línguas indígenas, que continuam presentes no nosso dia a dia.
A palavra pipoca vem do tupi antigo, idioma falado por diversos povos originários que habitavam o Brasil antes da colonização. No tupi, pï’poka significa “milho que estoura” ou “milho rebentado”, referência direta ao que acontece com os grãos ao serem aquecidos.
A origem da palavra chama a atenção para o quanto o português falado no Brasil foi moldado pelas línguas indígenas. Centenas de termos incorporados à nossa rotina vieram do tupi, guarani e outras línguas nativas.
Outras palavras do nosso dia a dia com origem indígena
Além de “pipoca”, várias outras palavras populares nasceram do tupi e seguem firmes no vocabulário brasileiro. Veja alguns exemplos:
• Abacaxi – do tupi iwaka’ti, que significa “fruta cheirosa”.
• Jacaré – do tupi îakaré, que quer dizer “aquele que olha de lado”.
• Capivara – do tupi kapi’wara, “comedor de capim”.
• Tatu – do tupi tatú, “animal que cava buracos”.
• Carioca – de kari’oka, que pode significar “casa do homem branco” ou “homem branco na terra dos tupis”.
• Ipanema – do tupi ipá-nema, “rio ruim para pesca”.
• Cipó – do tupi sipó, nome dado às plantas trepadeiras.
Valorização das raízes indígenas
Conhecer a origem dessas palavras é reconhecer o papel essencial dos povos indígenas na construção da cultura brasileira. Da língua à culinária, passando por conhecimentos sobre a natureza e o uso sustentável dos recursos, a herança indígena está viva — mesmo quando não nos damos conta.

Celebrar o 19 de abril é também uma oportunidade de refletir sobre essa influência, dar visibilidade às línguas nativas e fortalecer o respeito pela diversidade dos povos que habitam o Brasil há milhares de anos.
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