A adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, não foi assassinada no local onde seu corpo foi encontrado. A constatação é da equipe de perícia criminal, que apontou que a jovem foi estrangulada com um cabo USB e depois levada já sem vida até uma área de mata no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá, onde teve o corpo ocultado dentro de um poço, nessa terça-feira (22).
De acordo com o perito responsável pela análise do local, vestígios encontrados reforçam que a vítima foi transportada enrolada em um lençol branco — um fragmento do tecido foi localizado preso em uma cerca de arame farpado nas proximidades.
“Percebemos que o corpo não havia sido simplesmente jogado. Houve uma tentativa de preservar a integridade física pós-morte. Isso sugere que os autores tinham algum tipo de vínculo com a vítima”, relatou.
A profundidade do poço era de cerca de três metros. Segundo o perito, o corpo teria sido descido com certa cautela, mas o lençol usado para isso se rompeu, e Heloysa caiu. Ela estava com os braços e pernas amarrados.
Os exames apontaram asfixia mecânica por constrição cervical, causada por estrangulamento com um cabo de celular.
“As marcas no pescoço são compatíveis com esse tipo de instrumento. Encontramos cabos semelhantes em uma residência ligada aos suspeitos, além de documentos da vítima e uma Bíblia que não estavam no local do corpo”, explicou o perito.
O caso é investigado como feminicídio, com fortes indícios de premeditação e tentativa de ocultação.
Dois suspeitos estão presos, entre eles o padrasto da vítima, Benedito Anunciação Santana, exonerado nesta quarta-feira (23) do cargo que ocupava na Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci). O filho dele, Gustavo Benedito Júnior, também está detido.
Dois adolescentes foram apreendidos. Uma apreensão foi feita na terça-feira e a outra nesta quarta-feira. Um dos menores foi capturado após tentar fugir por uma área de mata.
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